Abdel Fattah al-Sisi foi reeleito presidente do Egito com 97% dos votos, de acordo com os dados oficiais divulgados esta segunda-feira. O resultado que o atual presidente obteve nestas eleições é semelhante ao que tinha conseguido em 2014, quando foi eleito com 96,91%. No entanto, e tal como tinha acontecido há quatro anos, a participação popular teve valores muito baixos, com apenas 41% dos eleitores a irem às urnas para escolher o novo presidente. Ou seja, num país onde 60 milhões de pessoas estão habilitadas a votar, apenas 25 milhões o fizeram.
A participação eleitoral no Egito é, de resto, historicamente muito baixa, com exceção das presidenciais de 2012, que elegeram o pró-islamita Mohamed Morsi, e as únicas que decorreram em liberdade e com garantias democráticas, com uma participação de 51,85% na segunda volta. O ex-Presidente foi afastado num golpe militar em julho de 2013, fomentado por al-Sisi, que depois assumiu o poder. Neste contexto, o regime já receava uma elevada taxa de abstenção, podendo descredibilizar as eleições.
As eleições no Egito decorreram entre segunda e quarta-feira da semana passada e na quinta-feira foram divulgadas as primeiras estimativas pela imprensa estatal. Na altura, os resultados apontavam na mesma para uma vitória de al-Sisi, mas com 92% dos votos. O presidente eleito teve como adversário Moussa Mostafa Moussa, um adepto do regime, que até já tinha apoiado a reeleição de al-Sisi e que teve menos de um milhão de votos. Outros potenciais candidatos ou foram detidos por violação da lei, ou desencorajados a concorrer após forte pressão das autoridades.