O vento extremo que esta madrugada atingiu Albufeira foi um “pequeno tornado” com uma trajetória muito curta e que só tocou a terra praticamente num ponto, disse à Lusa fonte do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Em declarações à Lusa, a meteorologista Paula Leitão explicou que “havia uma linha de instabilidade que atravessava o Algarve” na altura em que se registou o fenómeno em Albufeira, às 04:20, a partir da qual se formaram “núcleos com ventos verticais mais intensos” que deram origem ao tornado.
Reconhecendo que a análise ao que aconteceu é dificultada por se tratar de um fenómeno muito circunscrito, a meteorologista explicou que “havia todas as condições” para a formação de um pequeno tornado, formado a partir de uma “célula convectiva, que se vai movendo numa determinada trajetória, como se fosse uma nuvem, mas com uma estrutura maior e menos visível”. Segundo a especialista, quando estas células atingem o solo há “sempre consequências”, porque o vento é “muito forte”, funcionando “em espiral, como um saca-rolhas, com movimentos verticais muito intensos, de cima para baixo e de baixo para cima”, ilustrou.
Entretanto, a Câmara de Albufeira está a quantificar os prejuízos causados pelo fenómeno, que danificou estruturas publicitárias, viaturas e derrubou árvores, não havendo registo de danos em habitações ou estabelecimentos comerciais. “Estamos ainda a avaliar a situação e a contabilizar os estragos, tendo sido identificados, para já, danos em cerca de 12 viaturas, painéis publicitários e o derrube de árvores”, disse à Lusa fonte da Câmara de Albufeira, no Algarve.
Segundo a mesma fonte, o fenómeno de vento extremo “uma espécie de minitornado”, registou-se por volta das 04h20, atingindo uma zona circunscrita na Avenida da República, onde está localizado o supermercado Pingo Doce, sem causar vítimas. “As viaturas danificadas encontravam-se, na sua maioria, no estacionamento do supermercado”, especificou.
A 28 de fevereiro a baixa de Faro foi atingida por um tornado, que terá tido origem na Praia de Faro, virando barcos que estavam fundeados junto à marina e causando danos numa esplanada e em viaturas. Poucos dias depois, a 04 de março, outro tornado, também com origem na Praia de Faro, mas com um grau de destruição e uma extensão maiores, atingiu Faro e outros concelhos do litoral no sotavento algarvio: Olhão, Tavira, Castro Marim e Vila Real de Santo António.