A dashdash, startup luso-germânica que quer democratizar a criação de apps, fechou uma ronda de investimento de 8 milhões de dólares (6,7 milhões de euros) numa operação liderada pelo fundo norte-americano Accel, que já investiu em empresas como o Facebook, Spotify, Dropbox ou Slack. Participaram também na ronda as alemãs Cherry Ventures e Atlantic Labs e investidores particulares como David Schneider, cofundador da Zalando, e Felix Jahn, fundador da Home24.

A dashdash foi fundada por Humberto Ayres Pereira e Torben Schulz em 2016. Com sede legal em Berlim, é no Porto que trabalham as sete pessoas que desenvolvem a tecnologia que promete aos utilizadores criarem apps utilizando apenas o conhecimento de Excel que já possuem.

“Começámos a dashdash para democratizar a criação de web apps, dando às pessoas sem qualquer conhecimento em programação a oportunidade de utilizar computação e ativar os seus dados. Ao remover a necessidade de aprender a escrever código e tornando a criação de aplicações tão simples como juntar Legos, estamos a falar para os próximos mil milhões de programadores”, explica Humberto Ayres em comunicado.

Ao Observador, o empreendedor conta que o primeiro investimento de um milhão de dólares em dezembro de 2016 e que não estavam propriamente à procura destes oito milhões quando a Accel lhes bateu à porta. “Eles é que vieram falar connosco, na verdade”, diz, explicando que isso aconteceu devido à tração dos primeiros utilizadores, mas não revela números. “Vários investidores começaram a falar connosco e a ronda aconteceu-nos.”

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Nos escritórios do Porto, a dashdash está a desenvolver uma plataforma na nuvem que permite criar aplicações web usando apenas as competências dos utilizadores em folhas de cálculo, ou seja, em Excel. Com estes 8 milhões, os fundadores vão expandir o desenvolvimento do produto, contratar mais 20 pessoas para a equipa do Porto e abrir também escritório em Berlim.

“Começámos a montar a empresa em julho de 2016, abriu legalmente em setembro e, desde maio de 2017, que começámos a testar com utilizadores reais”, conta ao Observador. Na carteira de utilizadores, diz que tem empresas “tão pequenas como uma farmácia” e tão grandes como “unicórnios, que valem biliões”.

Em comunicado, Andrei Brasoveanu, que liderou a ronda de investimento pela Accel, disse que a equipa “está motivada para trabalhar de perto com a dashdash, enquanto maturam a plataforma e atingem a próxima fase de crescimento.”

Quanto ao modelo de negócio da empresa, Humberto diz que “não está fixo” e que, por enquanto, o objetivo é chegar a mil mmilhões de utilizadores. “Temos de criar uma plataforma super ambiciosa”, referiu. Sem modelo de negócio, como conseguiram, então, cativar os investidores? “A Accel está interessa em negócios com grande capacidade de revolucionar um setor. Já pensámos no modelo de negócio e achamos que tem de haver um modo para as pessoas experimentarem o produto gratuitamente, mas não queremos revelar mais”, afirmou.

Humberto Ayres Pereira e Torben Schulz conheceram-se quando cofundaram a plataforma de comida EatFirst. Humberto, natural do Porto, foi também cofundador e é investidor da AirCourts.com.