As críticas à “austeridade escondida” do “governo das esquerdas encostadas” continuam. Assunção Cristas está no distrito de Viana do Castelo, juntamente com o grupo parlamentar do CDS, e não desperdiça palco para apontar o dedo ao “Governo da austeridade e das cativações”. Os aumentos semanais do preço dos combustíveis são apenas um exemplo que mostram como é Mário Centeno quem “comanda” o executivo, disse.

No ano em que “a carga fiscal atingiu o valor mais alto de que há memória, pelo menos desde há 22 anos”, Cristas ironiza que o verdadeiro líder do Governo não é António Costa mas sim o ministro das Finanças. “Na verdade é um Governo conduzido por Mário Centeno ao sabor daquilo que são os seus objetivos de números para fazer bonito e para apresentar em Bruxelas”, disse, à margem de um jantar de tomada de posse da comissão política da concelhia do CDS de Monção.

“Num momento em que não há troika no país, num momento em que supostamente a austeridade tinha ficado para trás, o CDS não pode admitir que tal aconteça”, disse, referindo-se às cativações “que todos os dias vemos nas notícias, em escolas, hospitais, serviços de transportes”.

Depois de visitar a sede dos bombeiros voluntários de Monção, um dos concelhos que ainda está a recuperar da tragédia dos incêndios do ano passado, onde ouviu várias queixas e críticas à atuação do Governo, a líder do CDS anunciou que vai “olhar” para o leque de propostas do Movimento pelo Interior para revitalizar as regiões de baixa densidade, apresentadas esta sexta-feira ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, e vai “apresentá-las ao Parlamento”, com os devidos ajustes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“O CDS vai olhar para aquelas propostas, fazer ajustamentos e vamos apresentá-las no Parlamento. É esse o nosso compromisso com o interior. Não é só falar, é agir, é vir ao terreno, ouvir mais do que falar, para depois apresentarmos as nossas propostas”, disse, perante uma plateia de militantes do CDS de Monção.

Para a líder do CDS, “proximidade” é isso mesmo: “é andar no terreno, é ouvir mais do que dizer, para quando falarmos falarmos com conhecimento de causa”. À semelhança do que tem feito nos últimos meses para preparar o programa e a campanha eleitoral para as legislativas, a comitiva do CDS tinha previsto para esta terça-feira de manhã uma ação de rua em Viana do Castelo integrada no “Ouvir Portugal”, que foi cancelada devido ao luto nacional decretado pelo governo na sequência da morte de António Arnaut. Em todo o caso, Cristas prometeu voltar ao distrito para “ouvir os vossos contributos”.

A ideia agora, explicou, é ouvir o mais possível para “preparar o programa, primeiro das Europeias, depois das legislativas”. Tudo para o CDS ser “uma verdadeira alternativa ao governo das esquerdas encapotadas”. “Estamos a fazer a nossa parte, e tudo faremos para que os 116 deputados sejam deste lado [do centro-direita], e para que o CDS possa ser a primeira escolha”, rematou. Já esta segunda-feira, em entrevista à TSF, o líder parlamentar do CDS tinha dito que “é importante que o PSD faça o seu trabalho” para a maioria parlamentar — porque no day after é a soma das partes que importa.