O construtor americano de veículos eléctricos continua apostado em resolver rapidamente os problemas na linha de montagem que têm limitado a produção do Model 3, o modelo que pode salvar – ou enterrar – a Tesla. A marca resolveu recentemente os engarrafamentos na linha de produção na fábrica de Fremont, em São Francisco, na Califórnia. Para o conseguir, foi necessário alterar a linha de montagem, com recurso a novos robôs e sistemas de automação, desenvolvidos pela Grohmann, empresa alemã especializada nesta matéria, fornecedora dos fabricantes germânicos e que a Tesla entretanto adquiriu para ajudar no seu primeiro modelo de grande produção.

Com os robôs já instalados e a fábrica californiana já capaz de trabalhar a um ritmo superior às 6.000 unidades por semana, que prometeu atingir em Junho, eis que a equipa de Elon Musk se concentrou nas limitações que têm afectado a Gigafactory, a fábrica de baterias que instalou, em parceria com a Panasonic, no Nevada, um dos estados vizinho da Califórnia. Sim, porque depois dos 6.000 Model 3 por semana que a Tesla pretende atingir em Junho, a produção tem de continuar a acelerar até às 10.000 unidades no final de 2018. Só então serão atingidos os 500.000/ano, que a Tesla ambiciona para o Model 3, cuja espera – já com sinal pago – ronda o meio milhão de clientes.

Cuidado! Tesla Model 3 é um “camião” a travar, alertam testes

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Tradicionalmente, equipamento pesado e volumoso como os robôs de uma linha de produção de automóveis são deslocados de barco. Mas isso demora tempo, e tempo é algo que a Tesla não tem. Também não tem muito dinheiro, mas estes autómatos vão dar uma ajuda significativa neste domínio, pois tendo iniciado agora a fabricação da versão Dual Engine do Model 3, a mais potente, rápida e cara, proposta por 78.000 dólares, a marca tem a possibilidade de facturar 468 milhões de dólares por semana, ou cerca de 1,8 mil milhões por mês. Basta que entregue os carros aos clientes que fazem fila, o que lhe irá permitir entrar por fim nos lucros de forma sistemática, tal como Musk prometeu, a partir do 3º trimestre do ano.

Os robôs da Grohmann voaram a passada semana da Alemanha para São Francisco e vão agora de camião – no eléctrico Semi, igualmente da Tesla, que assim continua em fase de testes enquanto carrega material entre as fábricas de São Francisco e do Nevada – deslocar-se para a Gigafactory. Segundo o CEO da marca, vão resolver o engarrafamento na zona 4 da linha de produção, que assim passará dos actuais 3.000 packs de baterias por semana, para os 6.000, que necessita atingir após a instalação do novo equipamento da Grohmann.