Depois do empate inaugural frente à Espanha, Fernando Santos antecipa dificuldades frente à seleção marroquina e dá o mote para o sucesso de Portugal na segunda partida do grupo B: jogar como no Euro 2016. “Não basta ser competente, temos de jogar ao nosso melhor nível como fizemos no campeonato da Europa. Se o fizermos, com mais ou menos dificuldade iremos ganhar”, afirmou o selecionador nacional, acrescentando: “Pensámos no que fizemos no primeiro jogo, tentámos retificar nos treinos o que não fizemos bem, mas não há nenhum pózinho mágico, as coisas não funcionam assim. Portugal tem capacidades para fazer melhor do que fez com a Espanha e espero que consigamos corrigir aquilo onde não estivemos tão bem”.

Marrocos realizou uma fase de qualificação para o Mundial 2018 quase perfeita, com destaque para a defesa africana, que não sofreu qualquer golo antes de chegar à Rússia. Fernando Santos mostra-se conhecedor do adversário de amanhã (às 13h, no Estádio Luzhniki) e salienta a importância de Portugal conseguir assentar o seu jogo para levar de vencida a formação marroquina.

“Não basta ser competente, temos de jogar ao nosso melhor nível como fizemos no campeonato da Europa. Se o fizermos, com mais ou menos dificuldade iremos ganhar”, garantiu Fernando Santos. (Créditos: Getty Images)

“Estamos preparados para enfrentar Marrocos, uma excelente equipa, das melhores de África. Tem vários jogadores nos melhores campeonatos europeus, uma equipa organizada e um grande conhecimento técnico e tático do que é o jogo. São jogadores rápidos que disputam as partidas com muita intensidade”, começou por dizer Fernando Santos, concluindo: “Vamos ter de responder a isso. O mais importante é conseguirmos impor as nossas qualidades e fazer o que fizemos até hoje. Temos de dar tudo o que temos em campo e ser intensos nos vários momentos do jogo”.

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Cristiano Ronaldo foi o herói do empate português frente à equipa espanhola ao marcar os três golos de Portugal, mas nem por isso a força da Seleção Nacional se resume à prestação do capitão e melhor jogador do Mundo. “É importante que o Cristiano faça um grande jogo e que esteja ao nível a que nos habituou, só por isso é uma mais-valia para nós. Mas o mais importante são os 23 jogadores e o que todos são capazes de fazer. O que interessa é sermos iguais a nós próprios, competitivos e com qualidade”, explicou Fernando Santos.

Pepe: “Travar Ronaldo? Não sei que plano é esse, não conheço nenhum”

Ao lado de Fernando Santos, na conferência de imprensa, sentou-se Pepe. Mas apenas na conferência de imprensa, diga-se, já que o central do Real Madrid será titular na partida de amanhã, tal como na partida inaugural. Contra a Espanha, a partida ficou marcada pelo lance do primeiro golo de Diego Costa, antecedido de alegada falta do avançado sobre Pepe. O português garante ter ultrapassado esse lance e pensar apenas no que Portugal tem de fazer para ultrapassar Marrocos.

“Sou jogador profissional, tenho de me adaptar às circunstâncias. Somos seres humanos, todos erramos e estamos aqui para fazer o nosso melhor, tal como os árbitros. Esse lance já passou, bola para a frente”, atirou Pepe, lançando o embate com Marrocos: “Temos de estar focados, trabalhar bem para dar o nosso melhor. Aqui não há favoritismo, respeitamos muito o adversário. Temos de suar muito, trabalhar muito e competir bem para ganhar um jogo que não será fácil”.

O primeiro golo da Espanha frente a Portugal ficou marcado por uma falta de Diego Costa sobre Pepe que nem o árbitro nem o VAR assinalaram (Créditos: Getty Images)

“Marrocos é coletivamente muito forte, conseguiram o apuramento sem sofrer nenhum golo. São uma equipa muito bem trabalhada, mas o mais importante é sermos nós próprios. Temos de encarar o jogo com espírito de sacrifício para conseguir o nosso objetivo. Sabemos as nossas capacidades e trabalhamos para honrar a camisola, o nosso País e o nosso povo”, afirmou Pepe.

Quanto a um possível plano para parar Ronaldo, o central português, companheiro do melhor do Mundo na Seleção e no Real Madrid, mostra-se confiante nas capacidades de CR7 e da restante seleção. “Travar Ronaldo? Não sei que plano é esse, não conheço nenhum. O mais importante para a nossa equipa é o Cristiano estar bem e feliz por estar connosco. Passa-nos confiança a cada dia e a cada jogo. É um privilégio para os portugueses ter um jogador como o Cristiano”, respondeu Pepe.

Hervé Renard: “”Se colocarmos três jogadores em cima de Ronaldo, não sei como iremos fazer com os restantes”

Antes de Fernando Santos se sentar na sala de conferências do Estádio Luzhniki, já Hervé Renard havia falado sobre o embate com Portugal. O selecionador de Marrocos assumiu a necessidade de bater Portugal para manter viva a esperança de passar à segunda fase do Mundial 2018, mas recusou a ideia de entrar em campo com qualquer tipo de desvantagem.

“Não vamos entrar em campo já derrotados. Se assim fosse, apanhávamos o avião e íamos para casa. Temos a oportunidade de enfrentar o atual campeão da Europa. É uma oportunidade excecional defrontar jogadores do nível de Portugal. Temos de estar a 120% e esquecer o que aconteceu contra o Irão. Num Mundial, o mais importante é estar pronto do ponto de vista psicológico. Temos de acreditar em nós próprios”, explicou o selecionador francês.

“Cristiano Ronaldo um jogador fantástico e mesmo essa palavra pode não ser suficiente. Vamos tentar que ele amanhã não seja tão sensacional”, admitiu Hervé Renard (Créditos: AFP/Getty Images)

A principal arma da seleção nacional está bem identificada, mas nem por isso a ameaça se encontra neutralizada. Roubar espaço a Ronaldo pode ser uma boa ideia, mas Portugal não é só Cristiano e Hervé Renard sabe-o. “Já tudo foi dito em relação a Cristiano Ronaldo. Não há nada a acrescentar. Mesmo com um plano contra Ronaldo, ele consegue sempre fazer a diferença e ajudar a sua equipa a entrar nos trilhos. É um jogador fantástico e mesmo essa palavra pode não ser suficiente. Vamos tentar que ele amanhã não seja tão sensacional”, admitiu, recusando uma marcação especial ao craque português: “Se colocarmos três jogadores em cima de Ronaldo, não sei como iremos fazer com os restantes. Portugal tem uma grande equipa, com muita qualidade”, recordou.

Por fim, o selecionador de Marrocos admitiu ainda não saber se poderá contar com o experiente lateral direito (adaptado, diga-se, já que o marroquino é extremo por natureza), lesionado na partida frente ao Irão. “Todos os jogadores que participam num Mundial querem jogar, mas temos de tomar decisões. Vamos tomá-la agora. O médico, o jogador e eu vamos decidir se ele pode ir a jogo ou não. Vamos tomar uma decisão até amanhã”, concluiu.