O Partido Comunista Português (PCP) classifica como “exemplar” a transição em curso no poder no MPLA, em Angola, com João Lourenço a preparar-se para suceder a José Eduardo dos Santos na presidência do partido que lidera o país desde 1975.

A posição foi expressa esta segunda-feira, na sede nacional do MPLA, em Luanda, por José Capucho, membro do Secretariado e da Comissão Política do Comité Central, que lidera a delegação do PCP que está em Angola para reuniões de trabalho, a convite do partido angolano. “É uma transição normal, sob a direção do MPLA, e que é por vontade [do próprio partido]. Portanto, as coisas estão a ser conduzidas da forma mais natural”, enfatizou o dirigente comunista, em declarações aos jornalistas à saída de uma audiência com Paulo Kassoma, secretário-geral do partido.

Na presidência do MPLA desde 1979, José Eduardo dos Santos abandona a liderança do partido no congresso extraordinário de 8 de setembro próximo, tendo sido aprovada nos órgãos do partido a candidatura do atual vice-presidente e chefe de Estado angolano, João Lourenço.

“O MPLA está a desempenhar essa transição de forma exemplar”, disse José Capucho, depois de recordar a importância das “históricas relações” de “amizade e cooperação” entre dois “partidos irmãos”.

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Questionado pelos jornalistas, o dirigente do partido comunista esclareceu que, segundo a informação recebida do MPLA, as relações entre Portugal e Angola são atualmente “naturais e normais” e “estão a correr regularmente”.

A visita da delegação do PCP a Luanda, que termina na quarta-feira, tem como objetivo a troca de informações sobre a situação nos respetivos países e regiões e a avaliação de possibilidades do aprofundamento e da diversificação das relações de cooperação. “Esclarecendo o povo português daquilo que se vai passando em Angola, da política que o MPLA vai desenvolvendo”, explicou José Capucho.

Desde maio, Luanda já recebeu a visita da líder do CDS-PP, Assunção Cristas, e do PSD, Rui Rio. Está agendada para 17 e 18 de setembro a visita oficial do primeiro-ministro português, António Costa.

Sobre a possibilidade de uma visita a Angola do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, o dirigente afirmou que tudo depende de agendas dos dois lados. “É uma questão que está sempre em cima da mesa”, atirou.