O Presidente angolano pediu esta quarta-feira em Cabo Verde “atenção e alguma urgência” para a concretização da mobilidade dos cidadãos lusófonos, enquanto o chefe de Estado moçambicano reclamou a total circulação de pessoas, bens e capitais.
“Tenho consciência da complexidade de alguns temas, um em particular, a mobilidade dos cidadãos”, afirmou João Lourenço, no encerramento da XII conferência de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Santa Maria, ilha do Sal.
O Presidente angolano defendeu que os países lusófonos devem debruçar-se “com atenção e até com alguma urgência para que a CPLP seja uma organização em que não só a língua e a cultura sejam fatores de aproximação, como, fundamentalmente, a circulação dos cidadãos entre os Estados-membros”. “Os nossos cidadãos devem perceber que vale a pena fazer parte da comunidade, não só pelos atos de cooperação que vamos realizando aqui e ali, mas principalmente pelas vantagens diretas e até pessoais que poderão obter do facto de estarem inseridos nesta comunidade”, salientou.
Também o chefe de Estado moçambicano abordou o tema da mobilidade na sua intervenção: “Um dos assuntos que muito nos tem interessado na relação comunitária é a ligação entre os povos que se consubstancia na capacidade de assegurar facilidades nas nossas relações para que se assegure o bem-estar”. “Trata-se de facilitar a circulação de pessoas, bens e capitais no seio da nossa comunidade, o que implica que cada um dos nossos países tomem medidas concretas e recíprocas para que os nossos cidadãos gozem de isenção ou facilidade na obtenção de vistos”, referiu Filipe Nyusi.
O Presidente de Moçambique disse ver “com apreço” que já hoje seja facilitada a circulação de pessoas para detentores de passaportes normais ou para determinadas categorias de cidadãos, mas deixou um alerta. “É intenção final dos nossos povos que a livre circulação seja sem classificação social e em igualdade de circunstâncias”, destacou.