Continua a troca de ameaças entre Donald Trump e Hassan Rohani. Horas depois de o presidente iraniano ter advertido os Estados Unidos para “não brincarem com a cauda do leão”, garantindo que um conflito com Teerão seria “a mãe de todas as guerras”, o presidente dos EUA recorreu às redes sociais para deixar o alerta de que o Irão “vai sofrer consequências” se continuar a ameaçar os Estados Unidos.

“Nunca, nunca mais volte a ameaçar os Estados Unidos ou vai sofrer as consequências que poucos na História sofreram antes. Já não somos um país que acata as suas palavras dementes de violência e morte. Tenha cuidado!“, escreveu o presidente na conta de Twitter, em maiúsculas (o que na Internet equivale a falar aos gritos).

Este domingo, durante uma reunião de diplomatas iranianos em Teerão, Rohani dirigiu-se ao presidente dos Estados Unidos, referindo que “declaram a guerra e depois falam da vontade de apoiar o povo iraniano”. “Não pode provocar o povo contra a segurança e os seus próprios interesses”, disse ainda o presidente iraniano.

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Rohani voltou a avisar que o Irão poderá fechar o estreito estratégico de Ormuz, que controla o Golfo e por onde passa cerca de 30% do petróleo mundial que é transportado por via marítima. “Nós somos a garantia de segurança desse estreito desde sempre, não brinque com a cauda do leão, você vai arrepender-se”, avisou, acrescentando: “A paz com o Irão será a mãe das pazes e a guerra com o Irão representará a mãe das guerras”.

O discurso do líder iraniano aconteceu poucas horas antes do esperado discurso de Mike Pompeo sobre o Irão, no qual o secretário de Estado dos Estados Unidos garantiu que os norte-americanos “não têm medo” de impor sanções “ao mais alto nível” ao regime de Teerão.

Pompeo confirmou ainda que Washington quer que todos os países reduzam as suas importações de petróleo iraniano “perto de zero” até 4 de novembro, caso contrário enfrentarão sanções dos EUA.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a saída dos EUA do acordo internacional de 2015, que foi assinado com o objetivo de impedir que o Irão adquirisse armas nucleares, e o regresso das sanções norte-americanas.

Enquanto muitos dos aliados dos EUA tentam salvar o acordo nuclear iraniano, o chefe da diplomacia norte-americana reiterou o seu desejo de que “o regime [iraniano] mude significativamente o seu comportamento, tanto dentro do Irão como no cenário mundial”, recusando-se a distinguir entre radicais e moderados.

Mike Pompeo anunciou ainda o fortalecimento da campanha de propaganda norte-americana com o lançamento de um canal multimédia (televisão, rádio, redes digitais e sociais) 24 horas por dia em farsi, “para que os iranianos comuns, no Irão e em todo o mundo, saibam que a América está do seu lado”, bem como medidas “para ajudar os iranianos a contornar a censura na Internet”.