A entrada em vigor do novo World Harmonized Light Vehicles Test Procedure (WLTP), em substituição do anterior, antigo e ultrapassado New European Driving Cycle (NEDC), como método para determinar os valores relativos aos consumos e consequentes emissões poluentes dos veículos equipados com motores de combustão, está a fazer a vida negra a praticamente todos os fabricantes de automóveis. Muita coisa muda, o tempo para acomodar as alterações é mínimo e o trabalho a realizar é imenso, uma vez que é necessário homologar todos os modelos à venda.

Se até aqui bastava homologar por exemplo, um VW Golf com motor 1.0TSI de 115 cv, agora passa a ser obrigatório homologar não um modelo, mas dezenas, pois cada versão necessita de ver considerada a largura e o diâmetro do pneu, a presença de opções que incrementem o peso, limitem a aerodinâmica ou roubem potência, tipo ar condicionado, barras no tejadilho, etc. E como agora muitos duvidam dos construtores de automóveis – e com alguma razão –, é necessário proceder a estas medições perante as autoridades.

É isto que está atrasar os processos de homologações, com prejuízos  para as marcas, mas também para os clientes, que correm o risco de ficar mais uns meses à espera do carro que encomendaram. A Volkswagen, como o fabricante que mais vende na Europa, está particularmente exposta a este problema, tanto mais que foi ela que inicialmente o causou, com toda a polémica em torno do Dieselgate, a que outros fabricantes se juntaram posteriormente.

Para ultrapassar a crise, o construtor germânico decidiu parar as suas fábricas de Wolfsburg, Zwickau e Emden entre um e dois dias por semana, para reduzir a produção. Mas nem isso é suficiente para adaptar a produção de veículos à capacidade de os homologar segundo a norma WLTP. Razão pela qual a marca está a alugar enormes parques de estacionamento, uma vez que tem de arrumar cerca de 250.000 veículos, que não vai conseguir vender até estarem homologados – sendo que todos eles vão anunciar valores mais elevados de consumos e de emissões de CO2, obviamente uns mais do que outros, devido aos elementos tidos em consideração pelo WLTP.

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