Pelo menos três pessoas morreram em confrontos com os militares em Harare, no Zimbabué, avança a Associated Press, que cita informação divulgada pela televisão estatal zimbabuana. Emmerson Dambudzo Mnangagwa, presidente do Zimbabué, culpou a oposição pelas vítimas mortais desta quarta-feira, na sequência de protestos pós-eleitorais.

Centenas de partidários da oposição saíram esta quarta-feira à rua na capital do Zimbabué após o anúncio oficial da vitória nas legislativas do partido no poder desde 1980, a União Nacional Africana do Zimbabwe — Frente Patriótica (ZANU-PF). A polícia e o exército intervieram para tentar dispersar os manifestantes, que se concentraram junto ao complexo da comissão eleitoral em Harare. Os dados iniciais davam conta apenas de uma vítima mortal.

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O Presidente Emmerson Mnangagwa, que sucedeu em novembro a Robert Mugabe, afastado após 37 anos no poder por um golpe do exército e do seu partido, lançou um apelo à calma. “Chegou o tempo de mostrar responsabilidade e acima de tudo, chegou o tempo da paz. Neste período crucial, apelo a todos para pararem as declarações provocadoras (…) Devemos dar mostras de paciência e de maturidade” enquanto se aguardam os resultados definitivos, disse Mnangagwa, no Twitter.

Os observadores eleitorais da União Europeia e dos Estados Unidos disseram que os resultados das presidenciais deveriam ser divulgados o mais depressa possível para evitar “instabilidade”.

A comissão eleitoral divulgou os primeiros resultados parciais das legislativas, relativos a 153 das 210 circunscrições do país, indicando que a ZANU-PF obteve 110 lugares, enquanto o MDC (Movimento para a Mudança Democrática) conseguiu 41. Segundo os dados, a ZANU-PF obteve a maioria absoluta na câmara baixa do parlamento zimbabueano.

Zimbabué. Partido de Mnangagwa a caminho da maioria absoluta parlamentar