O líder da oposição congolesa, Jean-Pierre Bemba, regressou esta quarta-feira à República Democrática do Congo, depois de 10 anos na prisão, por crimes de guerra e contra a humanidade cometidos na vizinha República Centro-Africana, entre 2002 e 2003.

De acordo com a agência Bloomberg, o também antigo vice-Presidente da República Democrática do Congo, de 55 anos, aterrou em Kinshasa, capital do país, pelas 09h30 (mesma hora em Lisboa), depois de o Tribunal Penal Internacional (TPI) o ter absolvido, a 8 de junho, daquela condenação em primeira instância, após recurso.

Jean-Pierre Bemba é um dos principais rostos da oposição nas eleições presidenciais na República Democrática do Congo, agendadas para 23 de dezembro deste ano. Contudo, a candidatura de Bemba às eleições pode não avançar, depois de a coligação no poder, afeta ao Presidente, Joseph Kabila, ter reivindicado uma nova condenação do político no TPI, por alegada manipulação de testemunhas.

As eleições presidenciais na República Democrática do Congo já se deveriam ter realizado no final de dezembro de 2016, mas foram adiadas, com a argumentação da instabilidade política que o país tem vivido.

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Num discurso proferido a 19 de julho, em Kinshasa, Joseph Kabila realçou o seu “compromisso com a Constituição”, mas sem avançar se aspira à reeleição, proibida precisamente pela Carta Magna do país. Na sua intervenção, que durou praticamente uma hora, Kabila reiterou que a República Democrática do Congo “não tem lições a dar ou tão pouco a receber, especialmente daqueles que assinaram a democracia neste país”.

Segundo informação de maio da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), estavam inscritos para as eleições de dezembro 599 partidos e 77 coligações de partidos. Entretanto, a CENI definiu o período de 25 de julho a 8 de agosto para o registo das candidaturas eleitorais.

Joseph Kabila está no poder na República Democrática do Congo desde 2001, após a morte do pai e antecessor, Laurent Kabila.