Mais de 350 bombeiros, apoiados por dez aviões e helicópteros, estão a combater um incêndio que esta sexta-feira deflagrou numa zona de mato, em Monchique, no distrito de Faro. “A situação não está nada fácil. Está muito negativa. O incêndio está-se a desenvolver numa zona demográfica muito difícil [com maus acessos] e o vento está a dificultar a ação dos operacionais”, revelou ao Observador Abel Gomes, comandante do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Faro.

Pelo menos três bombeiros — dois dos quais sapadores, isto é, profissionais — tiveram de ser assistidos na sequência do combate às chamas. A informação foi avançada pelo presidente da câmara de Monchique, Rui André, a um jornal local, Sul Informação. A necessidade de assistência deveu-se “à enorme fadiga e também à inalação de fumos”. A TVI24 afirma que o número é maior e fala em oito bombeiros feridos, citando fontes no local. Já o Correio da Manhã fala em sete feridos.

O Observador tentou contactar a Proteção Civil, que preferiu não comentar, adianto os esclarecimentos para o ponto de situação que fará com jornalistas às 19h45, no quartel general dos Bombeiros Voluntários de Monchique.

Neste momento, o CDOS de Faro não faz previsões quanto à evolução do incêndio mas o cenário gera preocupação. Há mais de 350 bombeiros, 118 carros e dez aviões e helicópteros a combater o incêndio. Todas as corporações da região do Algarve foram chamadas a combater o fogo, estando ainda no terreno dois grupos de bombeiros de Lisboa, chamados “grupos de reforço de ataque ampliado”. São eles os Gruata 1 e 2.

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O incêndio deflagrou por volta das 13h30 na zona da Perna da Negra. A aldeia de Taipas foi evacuada por volta das 14h50. A medida foi “preventiva”, explicou o CDOS de Faro ao Observador, garantindo que foi possível “retirar toda a gente em segurança”. Alguns meios chegaram a noticiar a destruição de uma habitação devido ao fogo, por volta das 16h15. “Mas não temos informação de qualquer habitação destruída”, apontou o comandante Abel Gomes.

O Observador apurou junto de uma fonte que faz parte da operação de combate ao incêndio que o CDOS de Faro fez um pedido de antena SIRESP a Lisboa porque há locais onde não há cobertura de rede móvel. Eis um vídeo do cenário que se registava às 14h30:

https://www.facebook.com/brunoalvesslb/videos/pcb.2105073062899099/2105091052897300/?type=3&theater

Temperaturas acima dos 40º

Uma zona rural do concelho de Monchique já tinha sido atingida por um incêndio, na quinta-feira à tarde, dominado cerca de duas horas depois após um combate travado por 113 homens e seis meios aéreos.

Por causa da persistência de valores elevados das temperaturas máximas o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) estendeu o aviso vermelho, o mais grave, em 11 distritos de Portugal continental até ao início da tarde de domingo, prevendo para hoje valores acima dos 40 graus em grande parte do território.

O mapa dos concelhos que podem arder este ano

Face à onda de calor que afeta o país pelo menos até domingo, com temperaturas máximas acima dos 40º e que na quinta-feira na bateram recordes históricos, a Proteção Civil estendeu o estado de alerta especial relativo aos meios de combate a incêndio aos distritos do Porto, Leiria, Aveiro, Braga, Viana do Castelo e Coimbra.

Este ano, o dispositivo de combate a fogos florestais engloba 56 meios aéreos (incluindo um na Madeira), cerca de 11 mil operacionais e mais de três mil meios terrestres (nomeadamente viaturas).