Apesar de ter identificado problemas no discurso do 5 de Outubro, o chefe de Estado não referiu “o maior desafio da República”, que é como estará Portugal daqui a 10 anos, considerou o dirigente comunista Paulo Raimundo.

Em declarações aos jornalistas após a cerimónia do 5 de Outubro, que decorreu na Praça do Município, em Lisboa, Paulo Raimundo notou que Marcelo Rebelo de Sousa optou por “fazer um discurso conciso” e identificou “um conjunto de décadas e de acontecimentos marcantes da nossa história” sem referir, no entanto, como é que o país se encontrará em 2028.

“E, portanto, identificou um conjunto de questões importantes, um conjunto de desafios que enfrentamos, ainda que no nosso entender os desafios que temos de superar passem muito pela afirmação da nossa soberania”, afirmou o membro do Comité Central do PCP. “Pensamos que é um caminho que temos de intensificar, incompatível com este caminho de perda de soberania do ponto de vista económico e social”, acrescentou

“O caminho que estamos a trilhar, do ponto de vista das grandes opções, não vão nesse sentido”, reiterou Paulo Raimundo.

Marcelo dá dez lições e aponta riscos das “debilidades partidárias” e “tratamento errado das forças armadas”

O Presidente da República deixou no seu discurso do 5 de Outubro mensagens sobre a renovação dos mandatos, contra “regimes de poder pessoal”, e a necessidade de “atenção a entidades estruturantes como as Forças Armadas”.

Marcelo Rebelo de Sousa falou destes dois temas de passagem, durante uma intervenção de cerca de dez minutos na sessão solene comemorativa do 108.º aniversário da Implantação da República, na Praça do Município, em Lisboa, em que apelou à permanente construção da democracia, advertindo para as lições da história dos últimos cem anos.

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