O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou este domingo que espera negociar o prolongamento do acordo da cedência de terras com a Jordânia, após a decisão jordana de não renovar o contrato de arrendamento alcançado em 1994.

O rei Abdallah II da Jordânia anunciou este domingo que o país notificou Israel da sua vontade de recuperar duas zonas arrendadas por um período de 25 anos ao abrigo do acordo de paz de 1994.

“Informámos Israel que vamos pôr fim à aplicação dos anexos do tratado de paz sobre Baqoura e Ghoumar”, afirmou o rei, citado pela agência oficial Petra, sublinhando que são “terras jordanas e que vão continuar jordanas”.

“A Jordânia reservou o direito de reclamar os dois territórios após um período de 25 anos. Fomos informados hoje que queria aplicar esse direito”, declarou Netanyahu, acrescentando que espera que seja possível entrar em negociações tendo em vista “prolongar o acordo existente”.

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As declarações foram feitas numa cerimónia que assinalou o assassínio, em 1995, do antigo primeiro-ministro israelita Yitzhak Rabin, que assinou o acordo com a Jordânia.

O tratado de paz assinado em 26 de outubro de 1994 por Israel e pela vizinha Jordânia concedeu aos israelitas o direito de explorar as terras, arrendadas por um período de 25 anos, renovável automaticamente se nenhuma das partes se pronunciasse com um pré-aviso de um ano para pôr fim às disposições relativas a Baqoura e Ghoumar.

Netanyahu definiu o acordo com a Jordânia como uma das principais “âncoras da estabilidade na região”, juntamente com o acordo firmado com o Egito em 1979.

Segundo o acordo de paz, as duas zonas têm soberania jordana, mas com direitos de uso privado por Israel. A questão tem sido motivo de debate na Jordânia, com deputados e ativistas a pedirem ao governo para não renovar o período de cedência das terras a Israel.