O ministro turco da Defesa, Hulusi Akar, disse esta quinta-feira que as patrulhas turco-norte-americanas que vão controlar a cidade síria de Manbij começaram hoje.

As patrulhas fazem parte de um plano para amenizar as tensões entre os dois aliados, definido em junho, depois de os turcos exigirem a retirada da milícia curda apoiada pelos Estados Unidos que libertou Manbij do grupo autointitulado Estado Islâmico em 2016.

Os Estados Unidos e os turcos têm realizado patrulhas independentes ao longo da linha da frente e as patrulhas conjuntas são consideradas uma maneira de conter a violência potencial entre os vários grupos ativos na região.

O Conselho Militar Manbij, que governa a cidade, disse que a milícia curda, que a Turquia considera terrorista, deixou Manbij em julho.

Na quarta-feira, as Forças Democráticas da Síria (SDF), uma aliança dominada por uma milícia curda e parceira da coligação internacional, anunciaram a suspensão da ofensiva contra o grupo Estado Islâmico (EI) no leste da Síria.

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Esta decisão foi tomada como resposta aos bombardeamentos esporádicos da Turquia nos últimos dias contra posições militares curdas no norte do país em guerra.

Entretanto, o porta-voz da coligação internacional antijihadista liderada por Washington, Sean Ryan, afirmou que está prevista uma “desescalada” no norte da Síria, entre a Turquia e a organização de combatentes dominada pelos curdos.

“Estamos em contacto com a Turquia e as SDF para uma desescalada”, afirmou Sean Ryan na sua conta do Twitter.

Os Estados Unidos já tinham expressado a sua “preocupação” após os ataques do exército turco contra posições das Unidades de Proteção do Povo (YPG), a principal milícia curda da Síria e espinha dorsal das SDF.

O antagonismo entre a Turquia e os curdos sírios ilustra a complexidade da guerra que devasta a Síria desde 2011 e já provocou mais de 360.000 mortos.

Iniciado com a repressão de manifestações pró-democracia pelo regime de Bashar al-Assad, o conflito escalou rapidamente com o surgimento de grupos rebeldes armados, organizações jihadistas, mas também o envolvimento de potências estrangeiras.