O clássico de hóquei em patins entre Benfica e FC Porto continua a proporcionar jogos eletrizantes com resultado imprevisível e o desta noite não fugiu à regra, com os encarnados a vencerem por 4-3 na Luz com um golo de Carlos Nicolia no último segundo, após assistência de Diogo Rafael e numa altura em que os dragões estavam em under play. Mas houve muito mais para contar num encontro que terminou com um total de 12 (!) cartões azuis, incluindo admoestações com o jogo parado. No final, entre a festa dos visitados, os portistas fizeram ouvir a sua indignação com tudo o que se passara na Luz.

“Esta foi maior vergonha a que assisti em toda a minha vida numa pista de hóquei em patins. Uma vergonha para o hóquei em patins, estragaram o maior espetáculo de todos. Isto foi uma m****, uma m**** para o mundo do hóquei em patins”, atirou o espanhol Gulllem Cabestany, técnico dos dragões, na flash interview na TVI24.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Com um pavilhão quase repleto, a contar com muito mais espetadores do que o clássico do basquetebol à tarde também na Luz (que o Benfica venceu por 93-88), o golo inaugural de Jordi Adroher aos 6′, num livre direto por azul a Reinaldo Garcia, deu início a 15 minutos frenéticos com mais quatro golos e cinco cartões: aos 8′, e quando o FC Porto estava em situação de power play por azul a Casanovas, Rafa corrigiu a falha de Hélder Nunes no livre direto e fez o empate; aos 16′, já depois de Adroher ter falhado um livre direto, o reforço ex-Barcelona Lucas Ordoñez apontou o 2-1 também de bola parada, após azul a Cocco; aos 18′, Casanovas aumentou para 3-1 numa grande jogada coletiva com desvio do espanhol na área (e ainda falharia um penálti no minuto seguinte); aos 20′, Gonçalo Alves reduziu para o 3-2 que chegou ao intervalo com mais um grande golo.

O segundo tempo acabou por ser marcado pelo desperdício de bolas paradas, com o Benfica a falhar dois livres diretos e o FC Porto a não aproveitar também três livres diretos. O único que conseguiu mesmo marcar foi Gonçalo Alves, de grande penalidade, aos 37′. O encontro podia cair para qualquer lado, teve mesmo de haver uma interrupção por causa dos ânimos mais exaltados dos adeptos encarnados atrás do banco dos azuis e brancos, mas Nicolia conseguiu chegar ao 4-3 no último segundo, levando a Luz ao delírio perante os contornos dramáticos como o encontro foi decidido.

“Mais do que a justiça da vitória do Benfica, não era justo o FC Porto perder. Muito cedo se percebeu que o jogo seria decidido por questões disciplinares. O critério foi tão largo desde início e isso, com a qualidade e rapidez dos jogadores, iria dar azo a interpretações contraditórias. Não me atirem poeira para os olhos. É bom que não esqueçamos como o FC Porto foi campeão há duas temporadas. Sou apologista que não se deve pagar com retroativos”, comentou no final Pedro Nunes, técnico do Benfica, recordando um golo anulado a João Rodrigues no dérbi com o Sporting da última jornada de 2016/17 que daria o título aos encarnados. “Ganhámos pelo caráter da equipa e por termos uma massa adepta fantástica”, acrescentou.

Com este resultado, o Benfica passa a liderar o Campeonato Nacional com dez pontos, os mesmos do que o Sporting (ganhou esta tarde em Valongo por 2-1) e mais um do que FC Porto e Oliveirense, que foi a Tomar vencer por 3-2. Isto depois de ter enfrentado uma série em que defrontou em quatro jogos os três outros grandes candidatos ao título, com empate em Alvalade (3-3) e triunfo em Oliveira de Azeméis (3-1) antes do jogo desta noite diante dos azuis e brancos que tinham apenas vitórias.