Quando as primeiras máquinas de jogos com “Mortal Kombat” chegaram aos cafés do bairro, a coisa complicou-se. Em meados dos anos 90 estava tudo mais ou menos organizado entre “Street Fighter II”, “Final Fight”, “Pang”, “Puzzle Bobble”, um “Virtua Racing” aqui e um “Daytona USA” ali. Era mais ou menos isto. E foi por aqui adentro que entrou Mortal Kombat, um jogo de porrada em que o objetivo era matar o inimigo. Era mesmo. Não era deixá-lo KO nem aguentar todos os rounds sem ficar estendido no chão. Não. Matar o inimigo. Com um golpe sem misericórdia chamado “fatality”. Nada ficou como era até aí, sobretudo os bolsos de quem tinha moedas e as carteiras a quem eram pedidos todos os trocos possíveis, sem autorização, naturalmente.

O jogo só trouxe um grande mal ao mundo: a adaptação ao cinema, que facilmente se descreve com uma palavra — miserável. Tirando isso, representou uma revolução. Tecnicamente, porque as personagens foram desenvolvidas a partir da digitalização de movimentos reais de atores; e nunca um jogo tinha sido tão violento. De tal maneira que as máquinas tinham avisos para os mais sensíveis. E as adaptações para as consolas — em algumas plataformas, como foi caso da Super NES — ofereciam a possibilidade de desligar o modo “gore”, eliminando o sangue que resultava dos golpes mais duros.

[o vídeo da revelação oficial das primeiras imagens de gameplay de “Mortal Kombat 11”:]

As sequelas multiplicaram-se e a 23 de abril chega (para a Nintendo Switch, PlayStation 4, PC e Xbox One) a mais recente, “Mortal Kombat 11”, que tem lugar de destaque em tudo o que é lista dos jogos mais esperados do ano. Porque o franchise recupera jogadores antigos e novos fãs da série. E porque vai mantendo a ideia original, deixando-se atualizar através das possibilidades técnicas das consolas de última geração. Ou seja: boa porrada com bons gráficos. E é esta a ideia fundamental que ficou do live update que a NeatherRealm, companhia que fez o jogo, lançou na madrugada de quinta para sexta. Porrada de nível superior com o aspeto visual que se espera para 2019.

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Mantêm-se os “fatalities”, golpes que acabam com a existência do inimigo, mas nunca os vimos tão violentos e sanguinários. Há um novo trailer que lhes é inteiramente dedicado e que é capaz de ser a melhor maneira de vender o jogo. Todo o fã de Mortal Kombat vai querer arrancar umas cabeças, cortar uns corpos ao meio ou dar murros que vão de um lado ao outro de um tronco. Se conseguem dar a volta ao jogo ou não, até certo ponto essa vai ser uma questão secundária.

[o trailer de fatalities:]

Mortal Kombat conseguiu, ao longo dos anos, construir um grupo de personagens populares, e muitas vão estar de volta neste novo jogo: Sub-Zero, Scorpion, Raiden, Sonya Blade (que vai ter voz de Ronda Rousey, lutadora de MMA), Baraka ou Skarlet são alguns dos nomes que regressam. Quanto aos novos, há essencialmente dois que merecem apresentação: Kronika e Geras. Kronia é a primeira grande inimiga mulher na história do franchise, é aquela que é preciso eliminar para vencer o jogo (e, de acordo com a narrativa da saga, Kronika manda nisto tudo desde que Mortal Kombat apareceu, nós é que não sabíamos). Geras é o capataz da senhora e bate com força. Muita força.

[o trailer que apresenta Geras:]

Não sabemos ainda se vai ser possível jogar com Kronika; não sabemos se Kabal, de Mortal Kombat 3, vai voltar ou não, tal como ainda estão por confirmar as presenças de Liu Kang, Kung Lao ou Kitana. Mas sabemos que vamos ter à nossa disposição 25 jogadores por onde escolher. E todos eles serão customizáveis, na roupa, no equipamento (uns quanto usam lanças e corrente e outras armas igualmente simpáticas), nas habilidades e até nos “fatalities”.

Na jogabilidade, surge um golpe novo, o Fatal Blow, que pode ser aplicado quando inimigo tem a barra de energia abaixo dos 30%. O Fatal Blow é um combo de vários golpes que promete arrumar o desgraçado à nossa frente com rapidez. Ao mesmo tempo, surge o novo Flawless Block. Ou seja, quando uma defesa é feita no momento certo, surgem uns quantos segundos que permitem um contra-ataque perfeito. Para controlar tudo isto, cada lutador terá associadas duas barras de energia, uma de ataque e outra de defesa.

Antes de 23 de abril, a NetherRealm anunciou que será lançada uma versão beta, a 28 de março, para vários jogadores, com o objetivo de corrigir eventuais últimos erros. É esperar para ver.