O número de mortos por contágio do vírus ébola, na República Democrática do Congo, aumentou para 465 até quarta-feira, mas mais de 250 pessoas infetadas foram dadas como curadas, informou esta quinta-feira o Ministério da Saúde congolês.

Beni (146 mortos), Katwa (172), Mabalako (104) e Kalunguta (34) continuam a ser as localidades da província de Kivu Norte com maior mortalidade devido ao contágio do ébola, desde que a epidemia foi declarada, em 1 de agosto do ano passado. Na província Ituri, a nordeste de Kivu Norte, Komanda (21) e Mandima (13) apresentam os registos mais expressivos de mortes.

O número de casos diagnosticados laboratorialmente subiu para 752 até quarta-feira, sendo que 54 são prováveis.

Beni, com 234 casos de ébola, continua a ser a localidade da República Democrática do Congo com mais mortos e casos de contágio detetados, enquanto Katwa apresenta 172. Nestas localidades da província de Kivu Norte, o grupo armado Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês) tem multiplicado os ataques contra civis, o que complica a resposta sanitária.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em comunicado, o Ministério da Saúde da República Democrática do Congo revelou que 252 pessoas foram dadas como curadas e que 69.827 congoleses foram vacinadas desde 8 de agosto do ano passado.

É a primeira vez que uma epidemia de ébola é declarada numa zona de conflito, onde existe outros grupos armados, o que leva à deslocação contínua de centenas de milhares de pessoas que podem ter estado em contato com o vírus. Esta epidemia de ébola, que se transmite por contacto físico através de fluidos corporais infetados e que provoca febre hemorrágica, foi constatada em Mangina, na província de Kivu Norte.

O Governo da República Democrática do Congo admitiu que a epidemia de ébola é já a maior da história do país relativamente ao número de contágios. A República Democrática do Congo foi atingida nove vezes pelo ébola, depois da primeira aparição do vírus naquele país africano, em 1976. Em 1995, o vírus do ébola provocou a morte a 250 pessoas na cidade de Kikwit, na província de Kwilu, no sudoeste da República Democrática do Congo.