São dois dias de greve nacional dos funcionários públicos, mas aquele que poderá causar mais perturbações será o de sexta-feira, dia 15. Os sindicatos esperam uma forte adesão em setores como a saúde, educação, justiça, autarquias, segurança social, finanças, conservatórias e bombeiros, podendo levar mesmo ao encerramento de escolas e deixar o lixo por recolher.

Mas os primeiros efeitos sentem-se já esta quinta-feira, nos hospitais e nos serviços de recolha de lixo na maioria dos municípios, onde os horários noturnos se iniciam entre as 22h00 e as 24h00.

Na base do protesto, que envolve sindicatos da CGTP — que marcou a greve apenas para dia 15 de fevereiro —  e da UGT, está o facto de o Governo prolongar o congelamento salarial por mais um ano, limitando-se a aumentar o nível remuneratório mais baixo da administração pública, de 580 para 635,07 euros, na sequência do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.

A paralisação começou por ser marcada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), há cerca de um mês, na expectativa de que o Governo ainda apresentasse uma proposta de aumentos generalizados para a função pública, o que não veio a concretizar-se.

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A Federação Sindical da Administração Pública (FESAP) e a Federação Nacional da Educação (FNE), filiadas na UGT, marcaram dias depois greve para a mesma data, pelos mesmos motivos.

Nesta quinta-feira, o secretário-geral da UGT vai participar numa concentração de dirigentes e ativistas sindicais que vai decorrer ao início da tarde em frente ao Ministério das Finanças, em Lisboa.  Nesta concentração será aprovada uma resolução para entregar no Ministério das Finanças.

A última greve nacional da administração pública ocorreu em 26 de outubro e foi convocada pela Frente Comum, pela FESAP e pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE). Nessa data, os sindicatos assumiram que aquela tinha sido a maior greve na Função Pública desde o período de intervenção da ‘troika’, com adesões médias entre os 80 e 90% na saúde e na educação e de 100% em muitas autarquias e tribunais.

Os trabalhadores da função pública têm os salários congelados desde 2009. A Frente Comum reivindica aumentos de 4% e um aumento mínimo de 60 euros, para quem ganhe até 1.500 euros. A FESAP reivindica 3,5% de aumento.