Milhares de pessoas estão concentradas esta sexta-feira numa praça do centro de Argel para pedir o afastamento do presidente Abdelaziz Bouteflika, no poder há 20 anos, e a multidão não cessa de aumentar, constataram jornalistas da agência France-Presse.

Trata-se da quarta grande manifestação semanal consecutiva na Argélia e da primeira sexta-feira (dia de descanso semanal) de protesto desde que Bouteflika decidiu adiar as presidenciais e prolongar ‘sine die’ o seu mandato.

Os manifestantes protestam contra o prolongamento do mandato presidencial, que devia terminar no próximo dia 28 de abril.

Muitas pessoas já começaram a concentrar-se frente ao edifício dos correios (Grande-Poste) no centro da capital argelina, junto ao edifício da sede do governo esperando-se que após as orações muçulmana de sexta-feira o número de manifestantes venha a aumentar nessa zona da cidade.

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“Queremos uma Argélia iluminada pela sua juventude e não ensombrada pela sua velhice” pode ler-se num cartaz que se refere à idade dos dirigentes políticos argelinos e nomeadamente do presidente Bouteflika, 82 anos, com graves problemas de saúde desde que sofreu um AVC em 2013.

“Vocês fingem que nos compreendem, nós fingimos que vos ouvimos”, indica outro cartaz.

De acordo com a France-Presse muitos manifestantes são da província e chegaram nas últimas 24 horas a Argel para participarem nas manifestações que decorrem hoje em vários pontos da cidade.

A contestação contra a manutenção de Bouteflika começou no dia 22 de fevereiro e tem vindo a intensificar-se.