A Índia anunciou que vai enviar três navios com ajuda humanitária para a cidade da Beira, no centro de Moçambique, devastada pela passagem do ciclone Idai na quinta-feira.

Nova Deli “decidiu desviar três navios navais indianos [INS Sujatha, INS Shardul e INS Sarathi] para a cidade portuária da Beira, para prestar assistência imediata e auxiliar os afetados”, segundo um comunicado divulgado, na segunda-feira, na página oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano.

Os três navios indianos vão chegar à cidade da Beira, a quarta maior de Moçambique, carregados de “alimentos, roupa e medicamentos”. Além disso, a bordo vão estar “três médicos e cinco enfermeiros para prestar assistência médica imediata”, indicou a mesma nota.

Mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas em Moçambique, Malaui e Zimbabué pela passagem do ciclone Idai, que causou pelo menos 222 mortos, de acordo com estimativas dos governos destes países.

“Este é o maior desastre natural que Moçambique já enfrentou”. Mais de 1,5 milhões de pessoas afetadas pela passagem do ciclone Idai

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O ciclone, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora atingiu a Beira na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes sem energia e linhas de comunicação.

Na segunda-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou que o número de mortes no país devido ao ciclone Idai poderá ultrapassar os mil, estando confirmados atualmente 84, a maioria na Beira.

Na região da Beira, onde uma equipa avançada da embaixada de Portugal em Maputo está desde domingo, residem cerca de 2.500 portugueses, de acordo com o gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. O Governo português anunciou, na segunda-feira, não ter registo de “cidadãos portugueses mortos, feridos ou em situação de perigo” nas zonas afetadas pela tempestade, mas “várias dezenas perderam casas e bens”.

A Cáritas Portuguesa anunciou, na segunda-feira, que vai enviar 25 mil euros para ajudar, mostrando disponibilidade para mais apoios. Por seu lado, o Programa Mundial da Alimentação (PMA), agência que coordena a resposta humanitária da ONU em Moçambique, pediu 35 milhões de euros para ajudar vítimas do ciclone Idai.

No Malaui, as estimativas do Governo apontam para que tenham sido afetadas mais de 920 mil pessoas nos 14 distritos afetados, incluindo 460 mil crianças. Há registos de pelo menos 56 mortos e 577 feridos.

No Zimbabué, a avaliação das autoridades apontava para cerca de 1.600 casas e oito mil pessoas afetadas no distrito de Chimanimani, em Manicaland, com registos de 82 mortes e 217 pessoas desaparecidas.

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