O presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, afirmou esta segunda-feira que o partido não quer confundir as eleições europeias com as legislativas de outubro, considerando que o objetivo em maio “não é mostrar cartão amarelo ou encarnado ao Governo”.

“Apresentámos a lista a estas eleições para o Parlamento Europeu, que não queremos confundir com as eleições legislativas”, disse Santana Lopes em declarações aos jornalistas. Falando à comunicação social depois de entregar a lista ao sufrágio de 26 de maio no Tribunal Constitucional, em Lisboa, o líder do partido afirmou que nestas eleições a “pretensão principal não é mostrar cartão amarelo ou encarnado ao Governo, isso fica para outubro”.

“Estamos insatisfeitos com a situação do país, mas estas eleições são para a Europa e por causa da Europa”, vincou, acrescentando que “misturar eleições é prejudicial”. O antigo primeiro-ministro salientou também que “a Europa é muito importante para Portugal” e justificou que, nestas alturas, é por desviar “a atenção para outros temas, que os portugueses não conseguem ter direito àquilo que os outros têm”.

Pedro Santana Lopes mostrou-se então convicto de que “os portugueses, estando bem informados, sabendo aquilo que está em causa, escolherão, para terem na Europa uma voz que diga em Bruxelas: ‘os senhores têm que nos ajudar a crescer'”.

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Apontando que em Portugal tem-se vindo a “cortar pelo lado da despesa para atingir o equilíbrio orçamental”, o presidente da Aliança defendeu ser preciso pedir ajuda a Bruxelas para ajudar o país “do lado da receita, do lado do crescimento económico”, e a “chegar a esse nível de vida médio na União Europeia, também sendo capaz de criar mais riqueza”.

“O que temos é de fazer a economia crescer com o apoio de Bruxelas e, portanto, em vez de beijarmos tanto a mão em Bruxelas, temos de bater mais o pé”, salientou, apontando que os candidatos da Aliança, se forem eleitos, ” vão dizer a Bruxelas e a Estrasburgo que a União Europeia tem a obrigação de apoiar Portugal e os portugueses a conseguirem um nível médio de rendimento dos concidadãos europeus”.

O antigo governante aproveitou ainda para reforçar que “a Aliança é um partido europeu, é um partido da liberdade, não um partido que tenha nada a ver a ver com ideias extremistas ou populistas, que hoje em dia por aí germinam”, assumindo-se, por isso, como uma força política que tem o objetivo de “robustecer e defender o projeto europeu”.

“Somos europeístas, acreditamos no projeto europeu, estamos insatisfeitos, naturalmente, com a situação atual da Europa, entendemos que é preciso uma nova atitude em Bruxelas, mas, por isso mesmo, escolhemos os melhores candidatos, que não estão lá há 10, 20 ou 30 anos no Parlamento Europeu”, considerou. Por isso, defendeu Santana, os candidatos que a Aliança apresenta “são candidatos que contribuem para a renovação do sistema político, e que têm competência, credibilidade e qualidade”.

Também presente na ocasião, o primeiro candidato da lista do partido às europeias considerou que “uma vitória seria, obviamente, eleger dois ou três deputados”. “Nós temos dito que três deputados seria um número aceitável”, vincou Paulo Sande, assinalando que as sondagens dão a Aliança “como sexto partido em Portugal” e mostram que “em Lisboa e Porto” a sua “posição é ainda mais reforçada”.

“A nossa expectativa é de que, de facto, consigamos eleger uma boa equipa para ir para Estrasburgo, a fazer aquilo que no fundo foi aqui dito, que é discutir a Europa, mas discutir a Europa para os portugueses e para que os portugueses da Europa possam retirar aquilo que a Europa tem para lhes dar”, apontou Sande.