Quando Marcel Keizer chegou a Alvalade, o Sporting já não tinha um treinador estrangeiro desde Franky Vercauteren (com o sucesso, ou a falta dele, que registou nos poucos meses que esteve no clube). O único ponto em comum era mesmo a anterior equipa, o Al Jazira. Mas nem isso, nem a falta de um currículo com muitos títulos, nem o desconhecimento de uma realidade complexa como a que os leões atravessavam nessa fase impediu a sua contratação. Seis meses depois, os resultados surgiram.

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“Ganhar dois troféus é muito bom. A mentalidade desta equipa é inacreditável, lutaram até à exaustão e no final não havia uma gota mais de energia. Foi uma grande luta, de novo com penáltis, e estou muito satisfeito. Este jogo foi ainda mais complicado do que as meias-finais e a final da Taça da Liga porque sofremos um golo no final do prolongamento e tínhamos apenas três minutos para recuperar o foco e voltarmos a estar preparados. Todos os jogadores estiveram muito bem, com um guarda-redes também muito bom a defender penáltis”, começou por referir o holandês na conferência.

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“Fizemos tudo juntos, adjuntos, funcionários do Sporting, outras pessoas que trabalham aqui. Pensar em novembro que podíamos ganhar dois troféus… é muito bom. O que senti quando Bruno Fernandes levantou o troféu? Bem, quando vamos para cima é algo mais para os jogadores, o treinador está mais atrás apenas a ver os seus jogadores celebrarem. Os jogadores merecem todo o crédito porque a mentalidade do grupo é excelente e fizeram no jogo o que fazem nos treinos”, atiraria mais tarde, em mais uma ideia altruísta que foi mantendo com sucesso ao longo dos meses em que está em Portugal.

Sobre a próxima época, Keizer voltou a passar um pouco ao lado da permanência de Bruno Fernandes mas garantiu que a ideia passa por ter um plantel mais competitivo. “Estamos preparados para perder jogadores, acontece sempre no verão. Outros virão para os seus lugares. Espero que a maioria fique mas quando os jogadores têm uma época de grande rendimento, tudo pode acontecer. Início de ciclo? É difícil dizer isso, depende da próxima janela de transferências. O clube está a fazer tudo para preparar da melhor forma este plantel. Ganhámos duas taças mas não é a mesma coisa do que o Campeonato e aí ficámos a mais de dez pontos dos nossos adversários. Temos de reduzir essas distâncias”, sublinhou.

Por fim, o técnico recordou ainda o “ano muito emocional que fez com que a equipa soubesse a importância do jogo” mas não se lembrou das palavras que teve com Bruno Fernandes após o penálti decisivo de Luiz Phellype. “Não me recordo mesmo… Talvez tenha dado os parabéns pelo jogo e pela temporada que fez”, confessou.