O sistema operativo móvel da Huawei que vai competir com o Android, da Google, e o iOS, da Apple, teve esta tarde como data de lançamento o mês de junho, avançou o TechRadar. A notícia tinha sido confirmada à publicação por Alaa Elshimy, vice-presidente da empresa chinesa para o mercado do Médio Oriente. Contudo, ao mesmo meio, a Huawei afirmou que data anunciada foi devido a uma “confusão interna” e que o software não tem ainda data de lançamento. Ao Observador, a empresa não prestou comentários e remeteu explicações para a notícia atualizada do TechRadar.

Mesmo com confusões internas, ficou a saber-se mais novidades do que pode ser o novo software base para os equipamentos móveis da Huawei. O software tem o nome de código HongMeng e pode ter como nome oficial ArkOs. A data de lançamento pode ser ainda em 2019, mas apenas para o mercado chinês.

Segundo Elshimy, espera-se que todas as aplicações atualmente disponíveis para Android funcionem no sistema operativo. A afirmação é ousada: outras empresas, como a Microsoft, com o Windows Phone, e a Blackberry, com o Blackberry OS, tentaram o mesmo e falharam.

Para poder instalar aplicações, os utilizadores vão poder utilizar a AppGallery, a loja de apps da Huawei atualmente disponível para Android, afirmou ainda o executivo.

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O executivo da Huawei afirmou que tem este sistema operativo preparado desde janeiro de 2018 e que este era “o plano B”. A empresa afirma que sabia que um bloqueio como o que está a enfrentar estava em cima da mesa mas não quis lançar o software “porque tinha uma forte relação com a Google”.

Não queríamos trazer para o mercado o sistema operativo porque tínhamos uma relação forte com a Google e outros e não queríamos estragar a relação. Agora, vamos lançá-lo no próximo mês”, disse Alaa Elshimy.

O HongMeng vai funcionar em todos os dispositivos, de smartphones e relógios inteligentes até carros conectáveis ou televisões inteligentes. Não é sabido que produto vai ser utilizado para demonstrar este novo sistema operativo. Contudo, com o próximo grande lançamento da Huawei a ser o Mate X, o telemóvel com ecrã dobrável da empresa, é possível que a tecnológica chinesa lance os dois em simultâneo.

Várias empresas norte-americanas e de outros países, como o Japão e Reino Unido, estão a cortar relações com a Huawei desde que os EUA puseram a empresa num “lista negra”. Esta sanção do executivo de Donald Trump impossibilitou a Huawei de continuar os acordos que tinha com os norte-americanos. Os EUA acusam a empresa chinesa de querer implementar redes 5G e vender produtos para ajudar a China a espiar outros países. A Huawei tem negado reiteradamente estas acusações.

Depois de anunciado o bloqueio à Huawei na semana passada, que levou a Google e fabricantes de chips como a Intel ou Qualcomm a suspender relações com a empresa, os EUA deram 90 dias para a “transição”. Com o fim destas relações, o futuro dos equipamentos da Huawei é incerto. Atualmente, a empresa chinesa não faz parte da organização que estabelece os padrões de redes sem fios Wi-Fi ou da associação que permite utilizar cartões de memória externa SD nos equipamentos.

O período de 90 dias, que termina em agosto, foi interpretado por analistas, como Francisco Jerónimo, da IDC, como o prazo para as relações comerciais com a Huawei voltarem ao normal. Contudo, com o lançamento já em junho deste sistema operativo, o cenário pode ser diferente. Desta forma, a Huawei quer mostrar que consegue continuar a competir no mercado da tecnologia sem precisar dos EUA.

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Não foi ainda avançada informação sobre se este novo sistema operativo vai estar disponível para os atuais smartphones da Huawei. A empresa, e a Google, têm garantido que os produtos atualmente disponíveis vão continuar a funcionar, sem qualquer tipo de bloqueio.

*Notícia atualizada às 18h10 com comentário da Huawei e atualização da notícia por parte do TechRadar.