De um lado, Obi Mikel, Leon Balogun, Odion Ighalo ou John Ogu. Do outro, Samuel Chukwueze, William Troost-Ekong ou Alex Iwobi. Se existe uma equipa na Taça das Nações Africanas que melhor mistura uma geração mais experiente com jogadores acima dos 30 anos com novos talentos entre os 20 e os 25 anos, é a Nigéria. E com resultados práticos, como se voltou a ver esta quarta-feira com a qualificação do conjunto comandado pelo alemã Gernot Rohr: após duas edições em que ficou de fora das grandes decisões, a formação nigeriana venceu a África do Sul por 2-1 e garantiu a passagem às meias-finais, onde irá agora defrontar o vencedor do Costa do Marfim-Argélia tendo em vista a presença no jogo decisivo desta Taça das Nações Africanas.

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William Troost-Ekong, central da Udinese que é um globetrotter no mundo do futebol apesar de ter apenas 25 anos (nasceu na Holanda, passou na formação pelos ingleses do Fulham e Tottenham, jogou como sénior nos holandeses do Groningen e do Dordrecht, nos belgas do Gent, nos noruegueses do Haugesund e nos turcos do Bursaspor antes de chegar à Serie A em 2018), foi o herói do encontro com um golo nos derradeiros minutos do encontro mas, mais uma vez, o grande destaque voltou a ser o extremo Chukwueze, também ele autor do primeiro golo nesta edição da CAN organizada pelo Egito.

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Fã de Jay-Jay Okocha, o nigeriano passou por Future Hope, New Generation Academy e Diamond Football Academy antes de chegar com apenas 18 anos aos espanhóis do Villarreal, onde ainda hoje se encontra apesar da cobiça por uma época de estreia nos seniores onde confirmou todos os predicados que lhe são apontados desde 2015, quando se sagrou campeão mundial Sub-17. No entanto, se é em Espanha que se centra o seu presente, Portugal foi o seu passado – e podia ter sido o seu futuro.

Chukwueze marcou assim o primeiro golo nesta Taça das Nações Africanas e pela equipa principal (GIUSEPPE CACACE/AFP/Getty Images)

Como explicou numa entrevista à The Cable em 2016, ainda no seguimento do sucesso no Mundial Sub-17 onde marcou quatro golos e foi o Bota de Bronze da competição, o ala explicou que os pais não gostavam particularmente da ideia de verem o filho jogar futebol e que chegavam mesmo a esconder ou a queimar chuteiras até à passagem por Portugal, no torneio da Iber Cup. “Os meu pais perceberam que adorava jogar futebol e que preferia isso a qualquer coisa. Acabaram por dar aí a sua bênção e consegui focar-me mais na minha carreira”, explicou então à publicação, falando sobre os primeiros tempos como jogador.

Curiosamente, foi também nessa entrevista que Chukwueze, que também se revelou fã de Robben e do compatriota Iheanacho, referiu que estaria a caminho do… FC Porto, depois do acordo falhado entre a academia que representava na Nigéria e o Arsenal. “Vai para o FC Porto e não para o Mónaco. Só ainda não viajou porque está na seleção. Quando chegar a Portugal vai assinar um contrato de longa duração”, comentou então o presidente da Diamond Football Academy, Marting Apugo. No entanto, o ala acabou por nunca chegar à Invicta, assinando uns meses depois pelo Villarreal onde ainda se encontra nesta altura apesar de estar referenciado por várias equipas que poderão ainda este verão avançar com propostas. E a CAN terá também influência.