Depois de estar envolvida numa polémica em que a tripulação pediu a uma mulher que se tapasse enquanto dava de mamar à filha para evitar que outros passageiros ficassem incomodados, a companhia aérea KLM esteve esta semana envolvida noutro caso. A transportadora holandesa citou na sua conta do Twitter Índia um estudo que explicava quais os lugares do avião onde a taxa de mortalidade é menor em caso de queda do aparelho. E se tudo era baseado num estudo, muitos utilizadores não se sentiram particularmente satisfeitos com aquela informação vinda de uma companhia aérea.

“De acordo com os dados de um estudo da Time, a taxa de mortalidade para os assentos no meio do avião é a maior. No entanto, a taxa de mortalidade para os assentos na frente é ligeiramente menor e ainda menor para assentos no último terço do avião”, explicava a empresa num tweet feito na sua conta da Índia. A KLM apagou, entretanto, a mensagem das redes sociais, depois de receber críticas pelo tema escolhido. Juntamente com a mensagem, além de hashtags como “#Facts”, estava uma imagem que tinha a seguinte frase: “Os assentos na parte traseira do avião são os mais seguros!”

A empresa, entretanto, apagou a mensagem das redes sociais, depois de receber críticas pelo tema escolhido.

“Não tenho a certeza que este seja a estratégia de venda que a vossa marca quer ou precisa”, escreveu um utilizador no Twitter em resposta à publicação. E outro questionou: “Porque é que vocês fizeram isto?” No mesmo dia em que fez o tweet, a companhia aérea emitiu um pedido de desculpas pelo sucedido e explicou que “a publicação foi baseada num facto de aviação publicamente disponível e não se trata de uma opinião da KLM”. “Nunca foi nossa intenção ferir os sentimentos de ninguém. A publicação já foi apagada”, acrescentou ainda a empresa.

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O estudo que a KLM citou foi baseado nos acidentes de avião nos últimos 35 anos onde existiram tanto vítimas mortais como sobreviventes e que foram registados na base de dados da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês). A análise destes dados, revelou a Time, indica que os lugares no último terço do avião tiveram uma taxa de mortalidade de 32%, comparado com a parte do meio (39%) e com a parte da frente do aparelho, que registou uma taxa de 38%.

Nesse mesmo artigo, a Time alerta ainda para o facto de que na maior parte das vezes “as probabilidades de se morrer num acidente de aviação têm menos a ver com o sítio onde se está sentado e mais com as circunstâncias da queda”. “Se a cauda do avião sofrer um impacto maior, os passageiros do meio ou da frente podem ficar melhor do que os das traseiras”, acrescentou a revista. E, pela importância do contexto em que o acidente ocorreu, surge outro alerta: “Percebemos que a sobrevivência era aleatória em vários acidentes — aqueles que morreram estavam divididos de forma irregular entre os sobreviventes. E, por essa razão, a FAA e outros peritos de segurança de aviação dizem que não há um lugar mais seguro no avião”.