No discurso mais curto desta volta pelo país, que não chegou sequer aos 15 minutos, Jerónimo de Sousa quis mostrar-se esperançado na eleição de um deputado por Coimbra. Mas a duração do discurso e o facto de ser menos efusivo que o habitual não diziam o mesmo. Foi, aliás, a intervenção do cabeça-de-lista do círculo que mais entusiasmou a plateia. Manuel Rocha teceu as críticas mais duras ao PAN que já se ouviram por estes dias, atacando o partido pelas medidas “pouco estruturadas”.

A plateia estava meio composta — tinha começado a desmobilizar no final do concerto inicial e progressivamente enquanto Jerónimo falava —, num local entre prédios na zona residencial do Bairro Norton de Matos. A concorrência partidária nesta noite em Coimbra era grande. Para além da CDU, também PS, CDS e PAN tinham agenda por aqui.

Ainda que não tenha passado ao lado da referência às políticas ambientais, defendendo a necessidade de uma “viragem”, o foco do discurso de Jerónimo desta noite foi para os serviços públicos e para os funcionários públicos.

Da saúde à educação passando não esquecendo o desinvestimento na ferrovia. Jerónimo defendeu que é necessário que se “recupere na próxima legislatura o enorme saldo negativo acumulado na administração pública”, afirmando que o crescimento tem que ser “sustentado e capacitado de meios humanos e infraestruturas”.

Faltando “apenas quatro dias” para batalhar e tendo sempre em vista que “todos os votos contam”, tentando apelar também ao eleitorado abstencionista, Jerónimo aflorou a necessidade de repor as 35 horas para todos os trabalhadores, de aumentar o valor real das pensões — ao longo da legislatura —, do direito à reforma e do combate à desregulação dos horários e empregos.

A jornada pelos distritos por onde não tem deputados não desmoralizou Jerónimo que falou diretamente à consciência de quem o escutava: “a população de Coimbra há-de perceber a falta que tem feito uma pessoa de Coimbra a representar as suas aspirações”. E recordou a luta travada pelo 25 de Abril: “Se antes de Abril era tudo mais difícil e conseguimos porque é que não haveremos de conseguir agora?”

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