A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) já chegou a acordo com os representantes do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) sobre o novo contrato coletivo de trabalho que havia sido redigido pela Antram e pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores das Empresas de Transporte (Fectrans). O acordo será formalmente assinado até ao final do mês.

Francisco São Bento, presidente do SNMMP, comentou à RTP que este é “um acordo histórico”: “É um acordo que está dentro das expetativas. Os trabalhadores conseguiram com todo o mérito este acordo para 2020. Temos de salientar a persistência dos trabalhadores em luta em nome da direção do sindicato. Fechámos hoje o acordo acima de todas as consequências desde que começámos a greve. Deram frutos”.

Pedro Pardal Henriques, porta-voz do Sindicato, já tinha revelado ao Observador que os motoristas de matérias perigosas estavam prontos para assinar o acordo: “O acordo que está ali e que foi assinado pela Fectrans é tudo aquilo que o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas tinha pedido”, confirma Pedro Pardal Henriques à Rádio Observador.

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O documento, que tinha sido preparado na segunda-feira entre a Fectrans e a associação de transportadores de mercadorias, atualiza a tabela salarial em 11,1% para os motoristas de pesados. Neste texto são consolidados os pontos contidos no memorando de entendimento de 14 de agosto, que, além desse ajuste salarial, também atualiza “as principais cláusulas pecuniárias” em, pelo menos, 4%.

A assinatura deste acordo surge depois de uma série de greves de motoristas de matérias perigosas que comprometeram o abastecimento de combustível ao longo do verão no país — e que, por causa disso, chegaram a comprometer uma série de outros serviços. Os trabalhadores exigiam melhorias salariais, alterações ao contrato coletivo de trabalho no que diz respeito ao trabalho extraordinário e noturno e uma categoria profissional própria.

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