Roberto Carlos foi o convidado do camisola 11, o programa de entrevistas do Canal 11 que colocou a estrela do Real Madrid e seleção do Brasil à conversa com Vítor Baía. Numa entrevista em duas partes, Roberto Carlos falou do peso dos ‘galácticos’ dentro e fora do campo e de como foram capazes de despedir dois treinadores.

Os ‘galácticos’ eram sete: Ronaldo “O Fenómeno” Nazário, Luís Figo, Zinedine Zidane, David Beckham, Robinho, Michael Owen e o próprio Roberto Carlos. Foi classificado como um dos melhores planteis de sempre e foi o resultado da primeira era de presidência de Florentino Pérez (ainda hoje presidente do Real Madrid). Tratava-se de uma das maiores concentrações de estrelas do futebol já vistas no futebol profissional — e por isso mesmo também de uma das maiores concentrações de egos que o futebol já viu.

A primeira vitima foi o compatriota Vanderley Luxemburgo. “Tínhamos o costume de chegar à concentração, deixar as malas e antes do jantar beber uma cerveja ou vinho. Em cima da mesa tínhamos sempre garrafas de vinho. Ronaldo e eu dissemos: ‘Professor, nós aqui temos costumes, vais ver, mas tenta não mudar. Não tires as garrafas de vinho da mesa e as cervejas antes do jantar, porque caso contrário vamos ter problemas'”, contou Ronaldo a Vítor Baía. “Durou três meses”, rematou o brasileiro com frieza.

O segundo treinador a ser despedido por influência dos ‘galáticos’ foi José António Camacho, que tinha deixado Benfica. Ao 11 Roberto Carlos descreveu a situação como “um perigo”. “Controlávamos o balneário. Sempre nos demos bem, menos com o Camacho”, disse o jogador a Vítor Baía. É que o treinador tentou impor hábitos que os jogadores não queriam, como os treinos madrugadores. “Durou seis dias”, concluiu o ex-internacional canarinho.

Apesar de falar sobretudo sobre o Real Madrid, o galáctico mencionou também a amizade com Ronaldo Nazário com que diz ter dormido “mais vezes do que com a minha mulher”. “Conheci-o no ano de 93. Desde esse ano estive sempre com Ronaldo no mesmo quarto da seleção”, justifica-se.

No final da entrevista o jogador mostrou-se arrependido das pressões dos jogadores sobre os treinadores. “Hoje penso como é que fomos capazes de fazer aquelas coisas”, concluiu.

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