O Ministério Público chileno abriu, entre 18 e 27 de outubro, 840 inquéritos sobre alegadas violações cometidas pelas autoridades um pouco por todo o país que vive há duas semanas uma onda de protestos.

Coerção ilegítima, tortura e homicídio estão entre os crimes visados nas denúncias. Das 840 investigações em curso, a maior parte está concentrada na região metropolitana, onde estão localizadas a capital do país, Santiago (164), a região de Biobío (156) e a de Valparaíso (137).

Entre os queixosos, 669 são homens, 164 são mulheres e em sete casos o sexo não foi identificado. Mais de 100 são crianças ou adolescentes. Do total de denúncias, 597 foram apresentadas contra a guarda chilena (Carabineros), 45 contra o exército, 16 contra a polícia judiciária e oito contra a marinha. Nos restantes 174 casos, não foi identificado nenhum órgão específico.

O país vive há duas semanas uma onda de protestos que já causou 20 mortos e centenas de feridos, contra um aumento do preço dos bilhetes do metropolitano em Santiago. O Presidente do Chile, Sebastian Piñera, suspendeu o aumento na tarifa do metro, mas os protestos prosseguiram desde então e espalharam-se por diversas cidades do país, com barricadas, incêndios e pilhagens.

No passado domingo, Piñera assinou os decretos necessários para suspender o estado de emergência imposto em 18 de outubro, na sequência da vaga de protestos no país e retirar os militares das ruas. Inicialmente imposto na área da capital, o estado de emergência foi posteriormente alargado a outras zonas do país, devido à violência dos protestos.

Na segunda-feira, o chefe de Estado chileno anunciou a substituição de oito dos 24 ministros do Governo, incluindo os da Economia, Interior e Finanças, alvo de muitas críticas desde o início da atual crise.

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