Queixas junto da Igreja Católica, impedimento de frequentar a catequese, proibição de ir à comunhão ou até mesmo de entrar na igreja. Foram estas as ameaças que o Centro Escolar de Torrados, em Felgueiras, apresentou aos encarregados de educação dos alunos desta instituição de ensino, todas elas como eventual consequência dos seus filhos faltarem às aulas de Educação Moral Religiosa e Católica.

Foi através de uma circular enviada pelo coordenador deste Centro Escolar, Arménio Rodrigues, que surgiram as ameaças. No documento lia-se que a comunicação das faltas (à décima o aluno reprova) seria feita “mensalmente à base de dados da Igreja Católica Portuguesa”, e que isso poderia vir a trazer consequências como “o risco de lhes [alunos] ser barrado o acesso aos vários serviços da Igreja, como por exemplo a frequência da catequese, batizados, primeira comunhão e outras celebrações, bem como não poder entrar em qualquer igreja católica portuguesa”.

A noticia foi dada pelo JN mas o Observador confirmou junto de uma coordenadora da Escola Básica do 1.º Ciclo de Bouça (faz parte do agrupamento de Torrados) a existência desse tal documento. A mesma fonte confirmou ainda que “por volta das 19h00” desta quarta-feira vai realizar-se “uma reunião de esclarecimento” onde será explicado que “foi tudo um mal entendido” e “um problema de comunicação”.

Questionado pelo JN sobre o sucedido, o Ministério da Educação afirma que “desconhecia este comunicado, que não tem qualquer cabimento”. A diocese do Porto explicou também que só soube do sucedido através da Comunicação Social e garante que “o comunicado é da responsabilidade de quem o assina e não há nenhum cruzamento de dados entre a escola e a Igreja sobre a frequência desta disciplina”, garantiu o padre Jorge Duarte, diretor do gabinete de informação da diocese. “Nenhuma criança foi, é ou será impedida de frequentar a catequese ou entrar na Igreja por não ir a estas aulas”, ressalvou.

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