O chefe de cozinha sul-coreano Eo Yun-gwon tem um restaurante com “cozinha italiana moderna altamente bem-sucedida” no qual cada prato “demonstra claramente a sua perceção da integridade e simplicidade da culinária italiana”. A palavras são do guia Michelin. Contudo, como noticia a CNN, Eo vai processar os responsáveis do guia de restaurantes por estar no livro alegando que tem pedido para não constar neste.

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A tática de Eo pode ser a chave para ter um restaurante onde só se pode ter mesa se “se se telefonar antes”, mesmo sendo “difícil encontrar a localização, pois o restaurante não possui sinalização”. No entanto, Eo vai mais longe e divulgou no Facebook que acusou os responsáveis do guia Michelin “de listar à força [restaurantes] contra vontade [de quem os detém] e sem critérios claros”.

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“São como fantasmas, eles não tinham um número de contacto e eu só consegui entrar em contacto por e-mail. Embora tenha claramente recusado a listagem do meu restaurante, eles incluíram-na este ano também”, alega Eo. O chefe de cozinha afirma ainda que exigiu por email que a organização lhe explicasse os critérios mas diz não ter obtido nenhuma resposta.

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Em declarações ao mesmo meio, Eo referiu: “O guia Michelin é um sistema cruel. É o teste mais cruel do mundo. Obriga os chefs a trabalhar cerca de um ano à espera de um teste e eles não sabem quando está a chegar (…) É humilhante ver meu restaurante com uma classificação naquele livro nocivo“.

Ao mesmo jornal, o advogado sul-coreano Shin Ha-na, explicou que, segundo o Direito do país, é difícil conseguir-se uma condenação. Contudo, se forem provados danos ao restaurante, a Michelin pode ter de pagar ao cozinheiro o equivalente a cerca de 2100 euros.

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Não é a primeira vez que um cozinheiro afirma não querer estar no famoso guia de restaurantes, mas nenhum levou ainda avante as suas vontades. Mesmo que não consiga efeitos, Eo deixou uma promessa:  “Vou trabalhar arduamente para proteger a integridade de nossa indústria contra críticos de lixo como a Michelin, influenciadores ou os media.”