A viúva de Manuel Ricardo Espírito Santo, o homem que presidia ao Banco Espírito Santo quando chegou a revolução, morreu esta quinta-feira, avançou o Eco. A notícia foi entretanto confirmada pelo Observador. Maria do Carmo tinha 86 anos e em 2010 era a mulher mais rica de Portugal, com património avaliado em 510 milhões de euros.

Maria do Carmo Moniz Galvão Espírito Santo Silva era ainda mãe de Manuel Fernando Espírito Santo, antigo presidente da Rioforte, refere o Eco. Reservada, não se lhe conheciam entrevistas e não era vista regularmente em eventos sociais, mas chegou a ser a maior acionista do BES – Banco Espírito Santo – antes de este falir, assim como faliram outras empresas do grupo, aponta o Jornal de Negócios.

A víuva de Manuel Ricardo Espírito Santo substituiu ainda o marido no Conselho Superior da família Espírito Santo como líder do clã Moniz Galvão Espírito Santo, após a morte de Manuel Ricardo. Nos últimos anos da existência do GES, Maria do Carmo foi substituída pelo filho Manuel Fernando nas reuniões do órgão restrito que geria os destinos da família.

Também depois de ter ficado viúva, Maria do Carmo terá, segundo o Eco, mudado a sua residência principal para Lausanne, na Suíça, dividindo o tempo entre essa cidade e estadias no Estoril. A sua saúde piorou no final do último ano e acabou mesmo por morrer esta quinta-feira, dia 2.

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A sua vida chegou a ser descrita como “misteriosa”, num dos poucos perfis publicados nos últimos anos na imprensa nacional sobre Maria do Carmo Espírito Santo, neste caso pela revista Sábado. Nesse texto, revelava-se por exemplo que Maria do Carmo era tratada pelos mais íntimos como “Ninita” e adorava conduzir, sobretudo modelos desportivos (e sempre que possível o seu carro de eleição, Alfa Romeo).

A paixão pelos automóveis veio do pai, Fernando Moniz Galvão, que fundou as empresas de retalho automóvel Mocar (importadora de carros estrangeiros, em tempos importadora exclusiva dos modelos das marcas Alfa Romeo e Peugeot) e Santomar e do qual Maria do Carmo herdou uma herança significativa. Da Mocar e da Santomar resultou, aliás, a criação da Santogal, que era inteiramente controlada pela matriarca da família Espírito Santo e que representava uma quantidade elevada de marcas automóveis.

“Ela não revela muito da sua vida. Pode parecer distante ou arrogante, mas não é nada disso. Não fala de si e tem horror a que se fale dela”, chegou a contar uma amiga de muitos anos à revista Sábado.

(Artigo atualizado às 23h33 com correção do dia da morte Maria do Carmo Moniz Galvão Espírito Santo Silva)