O fenómeno não é novo, mas as imagens não deixam de surpreender quem há poucos dias via Veneza debaixo de água. Parece o mundo ao contrário, na cidade dos canais, com a maré a ser agora inferior em 50 centímetros à quota do nível do mar (zero metros). Dos 187 centímetros a 12 de novembro de 2019 aos -50 centímetros nos primeiros dias de janeiro de 2020, uma amplitude de mais de dois metros à qual os venezianos se vão habituando.

O Centro de marés da cidade italiana tem registos de valores mais baixos do que os registados na última semana em Veneza. Puxando a fita do tempo até 2008 é possível encontrar medições de -60, -75, -83 e -71 centímetros, mas recuando apenas dois anos no tempo, até 2018, é possível encontrar uma maré de -66 centímetros (para a qual contribuiu uma super lua).

Os baixos níveis de água dificultam a navegação pelos canais e até para quem circula a pé, uma vez que o lodo presente dificulta os movimentos. A salvo está o transporte público na cidade, já que utiliza os canais maiores (que não são muito influenciados pelas oscilações das marés baixas).

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No caso dos municípios de San Polo e Santa Croce a circulação de ambulâncias aquáticas e bombeiros está também limitada o que traz alguns problemas para estes dois municípios, ao contrário dos restantes que são servidos por canais mais largos e mais profundos.