Os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas pela epidemia do Covid-19 em Itália estão suspensos, decidiu na segunda-feira o Governo português, que recomenda também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.

A suspensão de todos os voos com destino ou origem nos aeroportos italianos de Milão-Malpensa, Internacional II Caravaggio (Bérgamo) e Internacional Marco Polo, que serve a cidade de Veneza, aplica-se para os aeroportos de Francisco Sá Carneiro, no Porto, Humberto Delgado, em Lisboa, e Internacional de Faro.

O anúncio foi feito depois de uma reunião da Comissão Nacional de Proteção Civil na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, distrito de Lisboa, na qual participaram os ministros da Administração Interna e da Saúde, Eduardo Cabrita e Marta Temido, respetivamente.

A nível nacional, o executivo recomendou a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas, e de eventos à porta fechada com mais de 1.000 participantes.

O Governo sugeriu aos médicos que não participem em congressos ou conferências.

O Governo também recomendou a suspensão de quaisquer eventos, como casamentos e a celebração de missas, com mais de 150 pessoas nos municípios de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto – as duas zonas mais afetadas pelo surto do novo coronavírus em Portugal.

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O ministro da Administração Interna, frisou que estão interditados eventos de “qualquer tipo”, de um casamento, funeral ou missa a uma iniciativa desportiva.

A ministra da Saúde, Marta Temido, explicou que algumas das recomendações são ao mesmo tempo orientações e que as autoridades de saúde devem ser consultadas.

E explicou que foi ainda adotada uma recomendação mais genérica, para que haja especial atenção quanto a eventos que possam suscitar presença de pessoas que venham de áreas de risco, como China ou Itália.

Marta Temido disse que as medidas agora anunciadas vão até 3 de abril, um limiar que pode ser aumentado ou restringido consoante a evolução da doença.

E explicou que as restrições de eventos como as hoje anunciadas são porque neles é difícil identificar os presentes numa situação de contágio, ao contrário do que se passa numa escola ou numa fábrica, onde os utilizadores do espaço são identificáveis em caso de necessidade.

A ministra afirmou-se consciente de que são medidas que exigem sacrifico, sobretudo em Lousada e Felgueiras mas considerou que “neste momento são as mais adequadas”.

O ministro da Administração Interna, que começou por anunciar as medidas, elogiou também a forma “participativa e muito ativa” como instituições e cidadãos tem cooperado na adoção de medidas e recomendações, e disse que Portugal continua num nível de “contenção alargada”, ainda que 39 casos confirmados obriguem “a seguir” o que se passa noutros países, nomeadamente nos países da União Europeia.

A comissão reúne representantes de todos os ministérios, das regiões autónomas, dos municípios e das freguesias, dos bombeiros e das Forças Armadas e de segurança, a Autoridade Marítima Nacional e a Autoridade Nacional da Aviação Civil, o Instituto Nacional de Emergência Médica, a Cruz Vermelha e a DGS.