O agente da PSP Carlos Canha, que Cláudia Simões acusou de a agredir numa paragem de autocarros na Amadora, por não ter consigo o passe da filha, foi constituído arguido, avançou o Público esta terça-feira. Polícia é suspeito dos crimes de ofensas à integridade física qualificada.

Segundo escreve o mesmo jornal, o Ministério Público considerou que existem indícios suficientes da agressão de Carlos Canha a Cláudia Simões. O processo judicial está em segredo de justiça e ainda não se sabe exatamente o que terá acontecido na noite de 19 de janeiro.

Cláudia Simões foi ouvida pelo Ministério Público da Amadora como arguida na mesma semana em que ocorreram os episódios e acabou por ficar com termo de identidade e residência.

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Já o polícia Carlos Canha está atualmente integrado na esquadra do Casal de São Brás e, em tempos, pertenceu ao Corpo de Segurança Pessoal, uma das unidades de elite da PSP, com treino e formação especializada.

O caso está também a ser investigado, a pedido do Ministério da Administração Interna, pela Inspecção-Geral da Administração Interna, escreve o mesmo jornal.

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A mulher de 42 anos foi alegadamente agredida por agentes da PSP na noite de dia 19 de janeiro, na Amadora, à frente da sua filha de oito anos, tendo sido transportada para o Hospital Amadora-Sintra “num estado grave”. O vídeo da detenção correu as redes sociais.

Na origem do incidente estará a falta de bilhete da filha de Cláudia Simões, que terá sido expulsa do autocarro por essa razão. O caso acabou por ser denunciado pela associação SOS Racismo como uma questão de racismo.

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No mesmo dia da denúncia da SOS Racismo, a Direção Nacional da PSP afirmou que o agente, que estava de patrulha, foi chamado pelo motorista porque havia uma mulher que se recusava a “proceder ao pagamento da utilização do transporte da sua filha, e também pelo facto de o ter ameaçado e injuriado”.

A PSP apresenta uma versão diferente do caso: “A cidadã, de imediato e sem que nada o fizesse prever, mostrou-se agressiva perante a iniciativa do polícia em tentar dialogar, tendo por diversas vezes empurrado o polícia com violência, motivo pelo qual lhe foi dada voz de detenção”, pode ainda ler-se.

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