A 7.ª Força Nacional Destacada, constituída por 180 militares, parte esta quarta-feira à noite para a República Centro-Africana (RCA), para integrar a missão da Organização das Nações Unidas (ONU) naquele país, durante seis meses, foi anunciado.
De acordo com uma nota publicada na página na internet do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) portuguesas, este contingente é composto maioritariamente por paraquedistas, mas também integra “militares de outras unidades do Exército e ainda três controladores aéreos avançados da Força Aérea”. Os militares da 7.ª Força Nacional Destacada vão constituir a Força de Reação Rápida ao serviço da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da RCA (MINUSCA, na sigla inglesa).
Segundo o discurso remetido à agência Lusa, o secretário de Estado da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, realçou que “este é um dos mais exigentes cenários operacionais em que os militares portugueses estão envolvidos”.
O governante discursava durante a cerimónia de despedida deste contingente, no aeródromo de Figo Maduro, em Lisboa, onde enalteceu que a presença portuguesa na RCA e a participação na MINUSCA representa “a manutenção do compromisso nacional para apoiar o processo de construção de paz sustentável” naquele país.
As Forças Nacionais Destacadas são, no quadro geral da política de defesa, um recurso extremamente valioso e insubstituível”, assegurou.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
O governo centro-africano controla um quinto do território, sendo o resto dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
Um acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, no início de fevereiro do ano passado pelo governo e por 14 grupos armados, e um mês mais tarde as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da MINUSCA. Este ano, cerca de 1.738 militares portugueses vão participar em 22 missões da Organização do Tratado do Atlântico Norte, União Europeia, Nações Unidas e em missões bilaterais e multilaterais, que serão apoiadas por cinco navios, sete aeronaves e 66 viaturas táticas.
De acordo com o documento disponibilizado em fevereiro na página oficial do EMGFA, a ONU vai integrar 474 militares em três missões, para as quais também foi destacada uma aeronave portuguesa C-295 e que participará numa missão de apoio ao “processo de transição” no Mali. Deste total, cerca de 197 militares e 66 viaturas táticas vão estar destacadas na RCA, para “apoiar a comunidade internacional na reforma do setor de segurança” daquele país.
Segundo o documento divulgado, cerca de 41 militares portugueses vão também integrar a missão da União Europeia na RCA.