No habitual espaço de comentário no Jornal da Noite, na SIC, Luís Marques Mendes garantiu que Portugal e o mundo estão a atravessar um “cenário de guerra”. O comentador defendeu que a pandemia de coronavírus será “longa no plano da saúde pública”, “devastadora no plano económico” e irá deixar “sequelas sérias, sociais ou psicológicas”.

Marques Mendes considerou que o Governo agiu “globalmente bem”, nesta que era uma semana de “importância capital”, e destacou quatro aspetos essenciais: a aprovação de um conjunto de medidas “consistentes e seguras”; a “boa” comunicação de António Costa ao país; o “grande sentido de responsabilidade” de todos os partidos e a importância de o primeiro-ministro ter decidido ouvi-los; e a “solidariedade institucional” entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, exacerbada pela videoconferência que mantiveram. Sobre a decisão de fechar as escolas a partir desta segunda-feira, Marques Mendes garantiu que se tratou de uma “decisão acertada” que nunca seria “fácil” e que no final “prevaleceu o bom senso”.

Sobre as restrições nas fronteiras com Espanha, anunciadas este domingo por António Costa, Luís Marques Mendes defendeu que a decisão foi tomada “um pouco tarde”, por se tratar de um dos países com a situação mais crítica no mundo inteiro, e que deverá ser prolongada para lá do período da Páscoa. O comentador sublinhou ainda a ausência de “coordenação europeia” e afirmou não ser “aceitável” que alguns países da União Europeia já tenham encerrado unilateralmente as fronteiras e outros ainda não o tenham feito.

Ainda assim, o antigo líder do PSD garantiu que será necessário “ir mais longe”, ao decretar quarentena obrigatória, estado de emergência, limitar ainda mais a liberdade de circulação e a utilização de centros comerciais e esplanadas. Marques Mendes falou ainda sobre a possibilidade de Mário Centeno deixar o Governo de António Costa, algo que, segundo o comentador, iria acontecer em junho com uma saída para o Banco de Portugal: para Marques Mendes, “é provável” que o ministro das Finanças reconsidere e se mantenha no cargo devido às novas circunstâncias.

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