Se há modelos na Volkswagen que têm tudo para ser pouco interessantes, sob o ponto de vista financeiro, um deles é a Amarok. Não só o volume de vendas não está incluído entre os best-sellers da marca, como a pick-up não é partilhada por mais nenhuma marca do grupo e não usufrui de grandes sinergias com outros modelos do fabricante, em termos de chassi, por exemplo. Ainda assim, este modelo de trabalho e de lazer, que foi introduzido em 2010 e que irá ser fabricado até 2022, tem a continuidade garantida.

Se foi assegurado que a pick-up vai ter direito a uma segunda geração, ela que é fabricada na Alemanha, na Algéria e na Argentina – o mercado sul-americano é dos maiores –, a verdade é que vão surgir alterações profundas no projecto, motivadas pelo desejo de cortar os custos e incrementar as margens de lucro. Tudo porque o chassi e suspensões vão ser partilhados com a Ford, ou seja, a nova Amarok vai ter como base a Ford Ranger, uma das pick-up mais populares na Europa.

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O mercado já estava preparado para que também a VW terminasse com a carreira comercial da Amarok, especialmente depois de a Mercedes “acabar” com a Classe X, que na prática representava um investimento menor para a Daimler, uma vez que era apenas uma Nissan Navara (muito) mais bonita e mais luxuosa, fabricada pela marca japonesa. Talvez por isso a VW tenha decidido avançar quanto antes com a confirmação da próxima geração, ainda que faltem dois anos para que comecem as entregas.

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O facto de a Amarok de 2022 recorrer a uma base Ranger é relativamente simples de perceber. Não é um modelo prioritário para a VW e o facto de a marca alemã estar a fornecer à americana a sua plataforma MEB para veículos eléctricos torna mais fácil acordar a cedência da base da pick-up para substituir a Amarok, que assim vai continuar a partir de 2022.