O PCP considera que travar a destruição do tecido produtivo é a forma de assegurar a retoma da economia após a pandemia de covid-19, em reação às palavras do ministro da economia sobre as projeções do FMI. Agostinho Lopes, responsável pela Comissão das Atividades Económicas do PCP, acusou Pedro Siza Vieira de não trazer “nada de novo” com o seu comentário às previsões de uma recessão na ordem dos 8% em 2020 e voltou a focar o discurso nos apoios às pequenas empresas nacionais como forma de assegurar a retoma da economia.

“A questão económica que continua a ser absolutamente central é a resposta à difícil situação económica de milhares de micro, pequenas e médias empresas e do tecido produtivo. Se queremos uma retoma forte, segura e sólida, a melhor forma de a realizar com êxito é travarmos a destruição do tecido produtivo”, apontou o membro do comité central do partido.

O ministro da economia reagiu às projeções do FMI salientando que “82% das empresas conservam a sua atividade”, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística, mas admitiu que se espera “uma quebra da atividade muito acentuada este ano” e que se desconhece “qual é a verdadeira redução da atividade económica”.

Nesse sentido, Agostinho Lopes aproveitou para “lamentar” que o governo não esteja a ter em conta as inúmeras propostas dos comunistas no sentido de “apresentar soluções” para as empresas e de “defesa da produção nacional”.

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“O fim da exclusão do acesso de muitos milhares de pequenos empresários às ajudas e apoios, a criação de um fundo de tesouraria para as micro e pequenas empresas, o pagamento das dívidas e reembolso célere do IVA, IRC e IRS e a suspensão definitiva do pagamento por conta”, enumerou o porta-voz dos comunistas.

Ainda num quadro de apoio à economia, Agostinho Lopes voltou a defender a redução dos custos energéticos, nomeadamente “a eletricidade, o gás, o GPL e os combustíveis fósseis”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos, mais 32 do que na segunda-feira (+6%), e 17.448 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 514 (+3%).

Dos infetados, 1.227 estão internados, 218 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 347 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.