O fim da cerca sanitária em Ovar, no distrito de Aveiro, não significa que “ficou tudo bem” e é necessário manter a “responsabilidade” no combate à pandemia do novo coronavírus, lembrou João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, em entrevista à rádio Observador.

Esta sexta-feira será levantada a cerca sanitária em Ovar, que esteve em vigor durante um mês, o que vai permitir algum “alívio” à cidade, uma vez que os pequenos negócios, algumas lojas e serviços vão poder reabrir, mas João Paulo Rebelo lembra que é necessário manter a “responsabilidade” demonstrada, para não “perder, nesta última fase, todo o trabalho” feito até agora.

Para além da população residente na cidade de Ovar, o secretário de estado mostrou-se ainda preocupado com os utentes dos lares da região centro (Aveiro, Leiria, Coimbra, Viseu, Guarda e Castelo Branco), que representam 40% dos 100 mil utentes em lares no país e fazem parte do grupo de risco face à Covid-19. “Os lares têm sido um foco de atenção e atuação”, revelou João Paulo Rebelo, “em articulação com as autoridades de saúde, com os serviços de segurança social” e as forças de segurança.

Quanto à falta de testes para o novo coronavírus na região centro, já denunciada pelo presidente da Câmara de Aveiro, o secretário de Estado realça o esforço da região para, “preventivamente, testar cada vez mais trabalhadores e utentes” dos lares de idosos, tomando como exemplo a Universidade de Aveiro e a Universidade de Coimbra que passaram a ter capacidade de realização de testes. “Dentro de dias, espera-se que a Universidade da Beira Interior tenha também esta capacidade, a acrescentar ao Instituto Politécnico de Castelo Branco e de Leiria que também estão a trabalhar nesse sentido”, acrescentou. João Paulo Rebelo avançou que, até agora, foram feitos 5 mil testes na região centro, a trabalhadores e utentes.

Algumas empresas estão a adaptar a sua produção para produzir materiais de proteção individual, uma das necessidades mais urgentes na região. O secretário de estado fez referência a “um consórcio entre uma empresa farmacêutica e várias empresas de confeção”, incluindo costureiras, que estão a fabricar batas, juntando mais de 2 mil pessoas, que farão chegar o produto ao mercado “durante a próxima semana”.

“A única certeza que temos é deste brutal grau de incerteza relativamente ao futuro”, disse João Paulo Rebelo, dizendo que os  jovens serão os mais afetados nesta crise.

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