A manutenção de restrições no âmbito da pandemia é o único motivo admitido pelos partidos nos Açores para um eventual adiamento das legislativas regionais deste ano, havendo, contudo, diferentes opiniões sobre o momento para essa reflexão.

Isabel Rodrigues, porta-voz do PS/Açores, que detém a maioria na região, afirma à agência Lusa que se “está ainda a alguns meses” da realização das eleições, sendo a posição do partido “muito clara: a não haver estado de emergência, não se vislumbra nenhum motivo para que o calendário eleitoral seja alterado”.

O líder do CDS-PP/Açores, Artur Lima, considera que se as eleições tiverem lugar em outubro “é um excelente sinal”, porque significa que “a pandemia está controlada, com os alunos nas escolas, os hospitais a funcionar, os trabalhadores a irem para o trabalho, que acabaram os confinamentos”.

O dirigente regional do PCP, Marco Andrade, também alinha com a realização de eleições na data habitual, face aos dados disponíveis, “naturalmente com os cuidados que se devem ter” com a pandemia da Covid-19, e com as “condições necessárias para a sua realização”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O BE/Açores “não tem uma posição fechada” sobre esta matéria, segundo o seu líder, António Lima. No seu entender, um cenário de restrições “condiciona efetivamente a atuação dos partidos políticos, principalmente os da oposição”, e, a manterem-se estas condições, um “possível adiamento tem de estar em cima da mesa”.

Paulo Estêvão, do PPM/Açores, já declarou que esta é uma “questão fulcral, o funcionamento da democracia”, e que “é preciso planear e prever a questão com antecedência”, lembrando que o período de entrega de listas e a marcação da data do sufrágio se aproxima e que este tem de suceder num “ambiente de total liberdade democrática e segurança” para os cidadãos.

Na terça-feira, o presidente do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, considerou que “ainda é cedo” para se pensar num eventual adiamento das eleições regionais, sublinhando que a prioridade atual tem de ser o combate à pandemia de Covid-19.

“Ainda é cedo para cogitar, para pensar em alterações das datas”, considerou o social-democrata, em entrevista dada à RTP/Açores.

O presidente do Governo Regional e líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, também em recentes declarações à RTP/Açores, disse não ver razão para se adiar as mesmas se o arquipélago não estiver em estado de emergência ou com “medidas restritivas de circulação”.

Nas eleições legislativas regionais — ainda sem data definida pelo Presidente da República – são escolhidos os 57 deputados que terão assento no parlamento açoriano, por nove círculos eleitorais — um por cada ilha dos Açores e um círculo regional de compensação.

A data em que se realizam é definida pelo Presidente da República, com a antecedência mínima de 60 dias, ou, em caso de dissolução, com a antecedência mínima de 55 dias e realizam-se, tradicionalmente, num domingo entre 28 de setembro e 28 de outubro.

Os Açores voltaram esta terça-feira a não registar novos casos positivos de Covid-19, pelo sexto dia consecutivo, mas as mortes subiram para 11, com o falecimento de uma mulher de 78 anos, havendo ainda o registo de mais três recuperados.

Em comunicado, a Autoridade de Saúde Regional informa que “as 348 análises realizadas nos dois laboratórios de referência da Região”, em São Miguel e na Terceira, “nas últimas 24 horas, não revelaram casos positivos de Covid-19”.

Aquela entidade informa ainda a ocorrência do óbito de uma mulher de 78 anos de idade, internada no Hospital do Divino Espírito Santo, de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Há ainda a registar três novos casos de recuperação de infeção por SARS-CoV-2: dois homens, de 54 e 67 anos, e uma mulher de 21 anos de idade, todos residentes na ilha de São Miguel.