Dois agentes da PSP ficaram feridos na manifestação de feirantes na sexta-feira junto ao Ministério das Finanças, em Lisboa, convocada pela Associação dos Profissionais Itinerantes Certificados (APIC), na qual tentaram furar o cordão policial, anunciou a PSP.

Em comunicado, a PSP refere que para garantir o direito de manifestação, foi delimitada “uma área para que a manifestação decorresse com todas as garantias de segurança”.

“Pelas 16:45, de forma inesperada, em desrespeito com as ordens emanadas pela Polícia, [os manifestantes] violaram esse perímetro e entraram em confronto físico com os polícias ali presentes, pelo que foi necessário o recurso à força física para reposição da ordem pública”, refere um comunicado do Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS).

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Segundo o COMETLIS, “neste confronto, dois polícias sofreram ferimentos ligeiros e um manifestante apresentou ferimentos na sequência de uma queda, tendo sido socorrido no local e, posteriormente, recebido tratamento hospitalar”.

Um dos participantes na manifestação que, segundo a PSP, reuniu cerca de 60 pessoas, foi detido e vai ser presente na manhã deste sábado à autoridade judiciária, acrescenta o comunicado.

Dezenas de feirantes participaram na sexta-feira numa manifestação, convocada APIC, junto ao Ministério das Finanças, onde tentaram furar o cordão policial, o que resultou num ferido e num detido, disse ao final desse dia a PSP.

“Várias pessoas tentaram furar o cordão policial para entrar no ministério e foram impedidas”, avançou à Lusa o porta-voz da Polícia de Segurança Pública (PSP), Nuno Carocha, adiantando que a manifestação dos feirantes foi comunicada previamente pela APIC.

Segundo o porta-voz da PSP, durante o protesto “houve uns empurrões”, o que resultou numa pessoa ferida, com “um pequeno corte na cabeça que resultou da queda” no chão, que foi transportada para o hospital de São José, em Lisboa.

No comunicado, a PSP, “atendendo a que a manifestação continuará nos próximos dias”, apela aos participantes para que, “no exercício do seu pleno direito de manifestação, respeitem as ordens das autoridades”.

Devido ao surto de Covid-19, os negócios itinerantes em eventos culturais, feiras, festas, romarias e circos, a maioria das quais canceladas, ficaram comprometidos.

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Em 15 de março, o Governo anunciou que as feiras e os mercados de venda de produtos, excluindo as de diversão, podiam reiniciar a sua atividade a partir de 18 de maio, “devendo para tal existir um plano de contingência”.

Em 6 de maio, os representantes da recém-criada APIC saíram “indignados” de uma reunião com o Governo, reclamando apoios à sustentabilidade dos negócios e a possibilidade de suspensão do pagamento de alguns impostos, uma vez que estão impedidos de trabalhar por causa da pandemia de covid-19.

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“A reunião correu muito mal. O Governo não tem nenhum plano para nos auxiliar. Estamos profundamente revoltados”, afirmou à agência Lusa o presidente da APIC, Luís Fernandes, após uma reunião com secretário de Estado do Comércio, João Torres.

“Estamos muito indignados e desesperados e não iremos desarmar enquanto não tivermos uma resposta satisfatória”, ressalvou.