O comércio externo no G20 contraiu-se acentuadamente no primeiro trimestre devido aos primeiros efeitos da pandemia, particularmente na China, que aplicou medidas de contenção desde janeiro, e as primeiras indicações apontam para uma deterioração em abril, foi esta quinta-feira anunciado.

Num comunicado, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) afirmou que as exportações do G20 caíram 4,3% entre janeiro e março face ao último trimestre de 2019, enquanto as importações desceram 3,9%, tendo os dois tipos de transações recuado num único trimestre para os níveis que tinham no segundo trimestre de 2017.

A China, principal exportadora mundial, registou uma queda de 9,3%, para 565,1 mil milhões de dólares, enquanto as suas compras ao exterior caíram 7%, para 492,9 mil milhões.

Os Estados Unidos, onde o pico da epidemia ocorreu muito mais tarde, registaram uma evolução muito mais moderada, com decréscimos de 1,9% (para 400,6 mil milhões) e 2,8% (para 590 mil milhões), respetivamente.

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Os países que aplicaram medidas de confinamento a nível nacional em março registaram quedas acentuadas das exportações e das importações. Assim ocorreu em França (-7,1% e -7%), Índia (-9,2% e -2,3%), Itália (-4,9% e -5,6%) e no Reino Unido ( -7,8% e -6,5%).

Em contrapartida, o comércio externo na Alemanha registou um desempenho significativamente menos negativo, com retrocessos nas vendas e compras ao exterior, de 3,5% (para 356,5 mil milhões de dólares) e de 2,4% (para 297,2 mil milhões), respetivamente.

No conjunto da União Europeia, as reduções foram de 3,2% para as exportações (para 1,3966 biliões de dólares) e de 3,5% para as importações (para 1,3105 biliões).

O Brasil foi o único dos Estados membros do G20 cujas exportações (0,9%, para 55,9 mil milhões de dólares) e importações (2,8%, para 44,7 mil milhões) aumentaram no primeiro trimestre, mas depois de sofrer quedas significativas em 2019.

No México, as exportações também aumentaram entre janeiro e março (1%, para 114 mil milhões de dólares), como na África do Sul (5,5%, para 23,4 mil milhões), na Coreia do Sul (3,3%, para 136,4 mil milhões) e na Indonésia (1%, para 42,5 mil milhões).