Apenas pela terceira vez desde que chegou à liderança do clube há 38 anos, Pinto da Costa tem adversário num ato eleitoral do FC Porto. Pela primeira vez, tem até mais do que um opositor porque Nuno Lobo juntou-se na corrida a José Fernando Rio (em 1988 e 1991, Martins Soares foi o único rival). No entanto, o presidente dos azuis e brancos mostrou-se muito calmo com essa “novidade”, como fez questão de referir em conversa com os jornalistas após ter votado às 12h39 – e enquanto ouvia cânticos de apoio por parte de sócios presentes no Dragão Arena.

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“Está a correr tudo muito bem, com muita tranquilidade e com uma afluência muito grande. Resultado? Não sou adivinho, amanhã à noite digo. Os estatutos têm previstas as eleições de quatro em quatro anos, é normal que isto aconteça. Debate? Não tive tempo…”, comentou inicialmente, também em resposta a outro dos candidatos, José Fernando Rio, que lamentou que não houvesse abertura para um debate que clarificasse os sócios.

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Ainda sobre as eleições, Pinto da Costa falou também da adesão em massa logo no início das urnas e também das palavras de Villas-Boas, que elogiou o atual líder e é apontado como possível sucessor no futuro. “É um sócio com as quotas em dia, não teve de ir a correr pagar cinco anos de atraso como alguns aqui, tem capacidade e se tiver esse desejo e essa motivação, tem todo o direito. Seria uma boa opção. Afluência? É normal, é um povo madrugador. Se as pessoas tivessem compromissos vinham votar cedo, é normal”, disse.

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Abrindo depois o leque dos temas, o número 1 dos dragões falou do arranque do Campeonato, do futuro da Liga de Clubes e da falta de público nos estádios portugueses. “Acho que foi evidente a falta de ritmo das equipas e a falta de público. Desmotiva e desconcentra os jogadores não haver público, dá a sensação que estão a treinar. É incompreensível, no Campo Pequeno estão mais de duas mil pessoas a ouvir umas piadas e no Dragão, que pode ter 50 mil, não podem estar 500… Eles [autoridades] não acham isso, eles é que mandam. Na quarta-feira um camarote com 126 pessoas vai ter dez e depois olha-se para esses espetáculos e nada disso acontece. Demonstra que querem fazer do futebol uma cobaia e não têm noção do que isto é… Quem vai ser campeão? Não tenha dúvidas que vai ser até ao final, todos os clubes vão perder pontos…”, disse, voltando a defender a continuidade de Pedro Proença na Liga: “Isso são outras coisas que estão por trás, nada a ver com o trabalho dele”.

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Por fim, Pinto da Costa comentou também o ataque ao autocarro do Benfica, bem com as inscrições em casas de jogadores e do treinador dos encarnados: “O vandalismo é sempre de criticar, venha de onde vier e atinja quem quer que seja. Tenho de repudiar isso e estou solidário com os jogadores, com todos os profissionais do Benfica, que lamento e que espero que aqueles que fizeram esse ato cobarde sejam exemplarmente castigados”.

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