Entre os passados dias 3 de maio e 13 de junho, morreram em Portugal 11.124 pessoas, mais 807 do que as 10.317 que seriam de esperar nesse período e nesta altura do ano, tendo em conta as estatísticas dos últimos seis anos. Apenas 59% delas, apurou um estudo do Barómetro Covid-19, da Escola Nacional de Saúde Pública, tiveram como causa a doença.

As restantes 41%, sugerem os autores, serão uma causa indireta da pandemia: dever-se-ão, muito provavelmente, a casos de doença crónica grave cujo diagnóstico ou tratamento tenha sido protelado, por receio dos pacientes ou por decisão dos serviços de saúde, durante os meses do estado de emergência.

“A hipótese de que um grande número destes óbitos possa ter sido causado pela Covid-19, mas não terem sido classificados como tal, é pouco provável. Em Portugal, e durante este período, vigorou uma política de testagem muito ampla, incluindo testes a pessoas que morreram em casa e a aceitação de um diagnóstico clínico de Covid-19 relativamente abrangente, mesmo sem confirmação laboratorial”, ressalvam os investigadores.

Os mesmos especialistas também apontam como pouco provável a hipótese de este aumento de mortalidade se dever a “casos de doença aguda grave que não procuraram os serviços de saúde atempadamente, ou que não foram adequadamente atendidos pelos mesmos”.

Depois deste aumento, registado no primeiro mês e meio de desconfinamento, acrescentam ainda as conclusões do estudo, na passada semana os óbitos no País voltaram a estacionar nos valores esperados nesta altura do ano.

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