Foi a viagem que Luísa Amorim fez ao Dão, algures entre 2008 e 2010, que lhe chamou a atenção para a região vizinha do Douro vinhateiro. O potencial, a história e o perfil de vinhos descobertos naquela aventura de uma semana deixaram-lhe com a pulga atrás da orelha. “Temos por sistema, senão todos os anos, a cada dois visitar regiões vitivinícolas no mundo com propósitos diferentes. Nessa altura decidimos vir ao Dão”, conta a CEO ao Observador num evento de apresentação do novo projeto. A ideia de produzir nesta zona ficou a pairar no ar até que, um dia, a quinta da Taboadella veio “parar-lhe às mãos”.

A Taboadella, encaixada que está entre o Vale do Pereiro e o Vale do Sequeiro, foi adquirida em junho de 2018 por 1,25 milhões de euros, e marca o posicionamento dos Amorim no Dão. “Quase que era impossível ter o projeto a horas por causa da Covid-19”, admite aquela que é também a administradora da Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo, o projeto vinícola de duas décadas do grupo no Douro. “Tudo começou por causa do Alfrocheiro. Estávamos com o bichinho de fazer coisas novas”, continua Luísa. “Ficámos malucos com a qualidade que encontrámos aqui. Tintos e brancos. Até as pessoas são boas.”

Na Taboadella, cuja ocupação remonta ao século I, é dado grande destaque às castas antigas como Jaen, Touriga Nacional, Alfrocheiro e Tinta Pinheira e, com um encepamento mais recente, Tinta Roriz, Encruzado, Cerceal-Branco e Bical. A idade média das videiras é de 30 anos, ainda que os responsáveis pelo projeto acrescentem que algumas delas já atingiram um século de vida. E entre os 40 hectares de vinhas em produção integrada — plantadas entre os 400 e os 530 metros de altitude — há predominância de uvas tintas (29 hectares) e só depois de brancas (os restante 11).

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