Investigadores de vários países criaram um algoritmo que afirmam poder identificar se uma pessoa tem Covid-19 a partir do som da sua tosse.

Cientistas do México, Estados Unidos, Espanha e Itália, liderados por uma equipa do Massachussetts Institute of Technology (EUA), estão a elaborar uma base de dados com milhares de sons de tosse de pessoas de todas as idades, com e sem Covid-19.

Esses sons serão analisados através de um algoritmo e inteligência artificial para distinguir o som da tosse de alguém que não está infetado de quem tem covid-19, afirmou a responsável do projeto no México, Bárbara Vizmanos.

A tosse e até o tom de voz de uma pessoa doente, assintomática ou que não está infetada têm diferenças, notam os investigadores, o que ajuda a que o sistema consiga identificar o seu estado em 15 segundos.

“Os participantes ‘doam’ a sua tosse e os seus dados e essas tosses vão alimentar um sistema de inteligência artificial que, com reconhecimento de voz, identifica tosses de pessoas infetadas e de pessoas não infetadas, comparando-as com uma precisão de que o ouvido não é capaz”, indicou Bárbara Vizmanos.

O estudo começou há cerca de dois meses em hospitais de Espanha, Itália, Estados Unidos e México, país onde os investigadores consideram fundamental ter registos sonoros de tosse por estar a atravessar o pico da pandemia da covid-19, com mais de 295.000 casos confirmados e quase 35.000 mortes desde que o primeiro caso foi identificado, em 28 de fevereiro.

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À medida que o projeto avança, passará a estar disponível através de uma aplicação que pode ser descarregada para o telemóvel gratuitamente, de modo a que as pessoas possam sujeitar a sua tosse a este “detetor”.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 565 mil mortos e infetou mais de 12,74 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.660 pessoas das 46.512 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.