As empresas exportadoras de bens preveem uma queda nominal de 13% nas suas exportações este ano, revendo em baixa em 15,1 pontos percentuais as perspetivas anteriores, divulgou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

De acordo com os resultados do inquérito do INE sobre perspetivas de exportação de bens, realizado em junho, “as empresas exportadoras de bens perspetivam um decréscimo nominal de 13,0% nas suas exportações em 2020, revendo 15,1 pontos percentuais (p.p.) em baixa a 1.ª previsão indicada em novembro de 2019”.

A revisão em baixa resulta da atualização das expectativas para as exportações intra-União Europeia (-14,7 p.p., para -12,3%) e extra-UE (de -16,1 p.p., para -15,0%).

Excluindo os combustíveis e lubrificantes, as perspetivas reveladas pelas empresas no inquérito indicam um decréscimo de 11,8% em 2020, uma redução de 13,5 p.p. face à primeira previsão.

Das empresas que apresentaram revisões nas exportações face à primeira previsão (56,7% das empresas respondentes), mais de metade (53%) referiram que essa revisão se deveu na totalidade à pandemia de Covid-19, correspondendo a 98% da revisão em baixa face à primeira previsão, indica o INE.

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Entre as empresas respondentes, 14,2% alteraram ou pretendem alterar a sua estratégia de produção e de exportação, em resultado da pandemia, “nomeadamente diversificando os mercados de destino (31,7%), recentrando as exportações nos mercados da UE (13,8%) e diversificando fornecedores (11,0%)”.

O INE indica que estes são os resultados do inquérito sobre perspetivas de exportação de bens, realizado em junho, que este ano foi excecionalmente adiado um mês devido à pandemia de Covid-19. Os resultados correspondem à segunda previsão das empresas para a evolução esperada das exportações de bens em 2020.

De acordo com o INE, “nesta edição do inquérito foi incluído um módulo sobre o efeito esperado da pandemia Covid-19 nas exportações de bens e na estratégia de produção e de exportação das empresas”.